Violência contra pessoas LGBTQIAPN+ tem alta de 970% em São Paulo, diz estudo
Instituto Pólis aponta necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir a segurança e proteção das pessoas pertencentes a esse grupo
Um estudo conduzido pelo Instituto Pólis revelou um aumento alarmante nos casos de violência contra pessoas LGBTQIAPN+ na cidade de São Paulo. Os dados, obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do SUS e da Secretaria de Segurança Pública, destacam uma escalada preocupante nos registros de agressões físicas, sexuais e psicológicas, com um aumento de 970% nos casos relatados nos serviços de saúde entre 2015 e o ano passado.
De acordo com o levantamento, a Polícia Civil registrou um aumento ainda mais expressivo nos Boletins de Ocorrência, com um salto de 1.424% nos boletins de ocorrência relacionados à violência contra a comunidade LGBTQIAPN+ durante o mesmo período, totalizando 3.868 vítimas.
Os números revelam uma distribuição geográfica dos casos, com os serviços de saúde das regiões periféricas da cidade liderando as notificações, enquanto os boletins de ocorrência da Polícia Civil apontam uma concentração maior de casos na região central de São Paulo.
Segundo o diretor-executivo do Instituto Pólis, Rodrigo Iacovini, o estudo destaca a necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir a segurança e proteção dessa parcela da população. Ele ressalta que os dados revelam recortes territoriais, de gênero, racial e etário, evidenciando a urgência de medidas para enfrentar a violência LGBTfóbica.
O estudo, intitulado “Violências LGBTQIAPN+ na Cidade de São Paulo”, será divulgado na íntegra na próxima sexta-feira (17), por ocasião do Dia Mundial de Combate à LGBTfobia. Os pesquisadores destacam a importância de políticas que considerem as especificidades das diferentes comunidades LGBTQIAPN+ e que possam promover um ambiente mais seguro e inclusivo para todos.
No entanto, os pesquisadores também apontam desafios na coleta de dados, observando que a falta de identificação da orientação sexual, identidade de gênero e raça ou cor da pele das vítimas nos registros policiais dificulta análises mais aprofundadas e o desenvolvimento de políticas direcionadas.