Vigília democrática em São Bernardo continuará enquanto for nescessário
Lula marcou, para 9h30 da manhã de sábado, uma missa em homenagem a sua esposa, dona Marisa Letícia, falecida em fevereiro do ano passado. Ela completaria 68 anos neste dia 7.
Na tarde de quinta-feira, 5 de abril, Sérgio Moro proferiu o pedido de prisão de Lula e deu um prazo para que ele se entregasse à Polícia Federal. O tempo decretado para a apresentação na sede da PF em Curitiba era até as 17h da sexta-feira, 6 de abril. A decisão foi tomada após o STF rejeitar o pedido de Habeas Corpus a Lula.
No momento em que o prazo foi decretado, várias pessoas começaram a se encaminhar para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde o ex-presidente se reuniu com seus advogados e companheiros.
Durante toda a noite de quinta-feira, pessoas passaram pelo sindicato para prestar solidariedade ao ex-presidente e atual candidato à presidência pelo PT. Já na madrugada de quinta para sexta-feira, pessoas começaram a se organizar individualmente e em grupo para ir a São Bernardo do Campo apoiar Lula. Caravanas saíram de outros estados em direção ao local onde ele se encontra e em várias cidades do país, incluindo as capitais dos 27 estados, ocorreram mobilizações em solidariedade ao presidente, reunindo milhares de pessoas em cada um. Mais de 80 rodovias foram trancadas pelo Brasil, em atos organizados por movimentos. Também ocorreram manifestações internacionais, como em Buenos Aires e em Barcelona.
No Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, já na madrugada de sexta-feira, cada vez mais pessoas chegavam para dar apoio a Lula, cercando o prédio onde ele está. Durante toda a sexta-feira, o acesso viário para São Bernardo ficou congestionado. Na estação de metrô mais próxima, a Sacomã, dezenas de pessoas saíam de cada trem que parava na plataforma, portando camisetas, bonés, bandeiras, broches, adesivos e outros acessórios a favor de Lula. Os dois ônibus que davam acesso do Terminal Sacomã ao sindicato tiveram grandes filas. Mais de 30 mil pessoas passaram pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante a sexta-feira.
Por volta das 8h30 da manhã, o ex-presidente declarou que não se entregaria à Polícia Federal.
A declaração de Lula fez com que mais pessoas se dirigissem a onde ele está. A multidão, composta por movimentos sociais, políticos, intelectuais, artistas e a população em geral, esteve presente durante todo o dia. Ao se aproximar das 17h, prazo dado por Moro para que Lula se apresentasse a PF em Curitiba, o fluxo de pessoas que chegavam foi ficando mais intenso.
Aproximando-se o prazo, os apoiadores de Lula fizeram contagem regressiva para as 17h. Como havia afirmado, ele não se apresentou à PF.
No início da noite, a polícia afirmou que o mandado de prisão não seria mais executado na sexta-feira. Agora, os advogados negociam como e se essa apresentação será feita nos próximos dias.
Lula marcou, para 9h30 da manhã de sábado, uma missa em homenagem a sua esposa, dona Marisa Letícia, falecida em fevereiro do ano passado. Ela completaria 68 anos neste dia 7.
Após a celebração da missa, a apresentação de Lula a PF poderá ser melhor negociada.
Apesar disso, várias pessoas continuam a caminho do sindicato e muitas das que chegaram na sexta-feira pretendem passar a noite por lá, incluindo movimentos e lideranças, em vigília.