Parlamentar que alegou ter tido o transtorno na infância, afirmou que foi “curado” por seu pai por meio de agressões físicas

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O presidente da Câmara Municipal de Jucás, Eúde Lucas (PDT), gerou polêmica durante uma sessão nesta quarta-feira, 20, ao afirmar que o autismo pode ser curado “na peia” e “na chibata”. O vereador fez esses comentários ao citar o caso da atriz e cantora Letícia Sabatella, que revelou ter sido diagnosticada tardiamente com transtorno do espectro autista (TEA) aos 52 anos.

O vereador, que alegou ter tido o transtorno na infância, afirmou que foi “curado” por seu pai por meio de agressões físicas. As declarações do presidente da Câmara de Jucás foram amplamente criticadas, uma vez que o autismo é uma condição permanente e não tem cura reconhecida pela comunidade médica.

Autismo é uma condição permanente

No Brasil não existem dados precisos sobre a prevalência do TEA, mas estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que uma em cada 44 pessoas no mundo possui a condição, o que equivale a cerca de 4,8 milhões de brasileiros afetados.

Letícia Sabatella revela diagnóstico

A atriz Letícia Sabatella recentemente compartilhou sua experiência de ter sido diagnosticada tardiamente com o TEA aos 52 anos. Em uma entrevista ao programa Fantástico da TV Globo, ela descreveu o diagnóstico como uma “experiência libertadora”, que trouxe alívio para sua vida após décadas de dificuldades em se socializar e se sentir diferente.

O TEA, ou transtorno de espectro autista, é uma condição caracterizada por alterações no neurodesenvolvimento que afetam a comunicação, linguagem, interação social e comportamento, comumente envolvendo a repetição de ações, hiperfoco em interesses específicos e restrição de interesses. Especialistas apontam que a intensidade dessas características são definidas por níveis.

Após a repercussão negativa de seus comentários, o vereador Eúde Lucas pediu desculpas e afirmou que suas palavras foram retiradas de contexto.