Vereador diz que matou homem ao ver mulher sendo agredida; ela desmente
Ela se manifestou nas redes sociais dizendo que não houve agressão e afirma que vídeo que gravou, mostra celular na cintura do namorado
O vereador da extrema-direita de Cuiabá (MT) e pré-candidato a deputado estadual, Marcos Paccola, o coronel Paccola (Republicanos) matou o agente do socioeducativo, Alexandre Miyagawa, no início da noite de sexta-feira (2), em Cuiabá. O fato aconteceu em área movimentada da cidade.
Segundo o depoimento de Paccola à polícia e como consta no Boletim de Ocorrência, Alexandre estaria com a arma em punho apontando para a namorada. E que ele teria pedido que ele abaixasse a arma e sem sucesso, o alvejou. Neste sábado (2), a namorada de Alexandre se manifestou nas redes, dizendo que isso não havia ocorrido. Imagens de câmeras de monitoramento mostram o carro que ela dirigia, entrando na contramão. Ela explica no vídeo, que desceu correndo para ir ao banheiro de uma distribuidora de bebidas, quando Alexandre foi atrás dela. E que não havia uma arma em sua mão, mas sim, o celular.
Disse que a arma do agente do socioeducativo estava na cintura. Imagens do corpo de Alexandre que circulam por redes sociais revelam a arma na cintura e não em punho como havia dito o vereador. “Estão falando que Paccola atirou no Alexandre porque estava defendendo uma mulher ameaçada. Que mulher é essa? A mulher sou eu?”. Disse ainda: “Eu fiz um vídeo, a arma estava nele. Tiraram até a arma dele. Ele estava com o celular porque estava o corpo, o celular e a carteira caída no chão. Não teve agressão”. Segundo ela, Paccola deu quatro tiros contra Alexandre.
Paccola é o vereador que propôs a criação do Dia do Orgulho Hétero e que na Tribuna da Câmara Municipal costuma dar declarações controversas, como “Vagabundo tem que morrer mesmo, ir para a vala”. Em Cuiabá, ele é líder do movimento Proarmas, que defende o armamento da população. Paccola entregou a arma, prestou depoimento e foi liberado.
No dia 3 de novembro será julgado em caso de falsificação de registro de armas no sistema da Polícia Militar. Ele teria usado senha de outro policial para acessar o controle e camuflar a identificação de um armamento usado em assassinatos cometidos pelo grupo conhecido como Mercenários.