Para cada maracá silenciado, uma força que aumenta. Territórios invadidos, saqueados, rios envenenados, mulheres violentadas, guardiões da floresta assassinados. Para isso, as mulheres indígenas dão um basta. Elas já fazem a luta nos territórios, se organizam, se protegem e defendem os seus, e para cada direito tirado, cada lugar tomado e para cada tentativa de impedir que possam ocupar onde quiserem, agora é hora de formar a bancada do cocar, de tomarem lugares, ocuparem com seus corpos a política como congressistas, representarem os mais de 300 povos que existem no Brasil e também a todas e todos que são colocados à margem da democracia, do direito a ter direitos. As mulheres, população negra, quilombola, LGBTQIAPN+, quem vive em um país que não é visto no Congresso Nacional.

Para isso, Sonia Guajajara quer representar São Paulo e Celia Xakriabá Minas Gerais. Se unindo a elas, Val Terena quer defender o Mato Grosso do Sul do avanço predatório do agronegócio, Kerexu pensar políticas para todas as populações de Santa Catarina. Simone Karipuna está no Amapá, estado da Amazônia que é um dos mais pobres do Brasil, assim como o Mato Grosso, que tem também Cerrado e Pantanal, e Eliane Xunakalo que quer junto também a Larissa Pankararu e Nildes Kariri Xocó, que são opções no Distrito Federal, para lutar para uma maior representatividade indígena na Câmara dos Deputados, que hoje só conta com Joenia Wapichana, única deputada indígena entre os 513 representantes dos 27 estados. Essa união vai formar a Bancada do Cocar, que vai ser uma potente representação originária no Congresso Nacional.

Além delas, Chirley Pankará se apresenta como opção estadual em São Paulo, assim como Cacika Irê no Ceará, Maria Leonice Tupari em Rondônia, Perpétua Suni, que se apresenta no Amazonas. Com representantes na capital federal e nas Assembleias Legislativas, é hora de retomar a história e fazer política para o povo, transformar as realidades e apresentar soluções para um Brasil que proteja os direitos de toda a população.