A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP realizará, no dia 26 de agosto, uma cerimônia histórica para diplomar 15 estudantes mortos pela ditadura militar brasileira. A cerimônia, que ocorrerá no Auditório Nicolau Sevcenko e terá transmissão online, faz parte do projeto “Diplomação da Resistência”, cujo objetivo é resgatar a trajetória desses alunos, contribuindo para a reparação de injustiças e a preservação da memória coletiva. O evento também homenageará, de forma póstuma, outros 16 estudantes da Universidade, totalizando 31 vítimas lembradas pelo projeto.

Dentre os homenageados, estão figuras como Antonio Benetazzo, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), e Helenira Resende de Souza Nazareth, líder estudantil e vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Benetazzo, que também era artista plástico, foi torturado e morto no DOI-CODI/SP em 1972, enquanto Helenira foi assassinada após resistir bravamente durante a Guerrilha do Araguaia, em 1972. Essas histórias representam a luta e o sacrifício de jovens que dedicaram suas vidas à resistência contra o regime militar.

A iniciativa “Diplomação da Resistência” é fruto de uma parceria entre a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), a Pró-Reitoria de Graduação (PRG), o gabinete da vereadora e ex-aluna da USP Luna Zarattini e o coletivo de estudantes Vermelhecer. O projeto já havia diplomado, em dezembro de 2022, Alexandre Vannucchi Leme e Ronaldo Queiroz, do Instituto de Geociências, ambos militantes do movimento estudantil na década de 1970.

Paulo Martins, diretor da FFLCH, destacou a importância simbólica da cerimônia, afirmando que a USP se posiciona contra injustiças e em defesa dos direitos humanos ao reconhecer o legado desses estudantes. Ele expressou sua felicidade em poder, nos últimos dias de seu mandato, conceder simbolicamente a graduação aos familiares dos alunos que perderam suas vidas lutando pela democracia.

O evento, além de resgatar a memória dessas vítimas, busca fortalecer a luta pela verdade e justiça no Brasil, afirma a universidade.