Uniformes olímpicos: tudo o que você precisa saber sobre o traje de cada delegação

Por Mads Teraoka

Os uniformes das delegações sempre dão o que falar entre os telespectadores, desde os apaixonados por moda, até aqueles que julgam a estética despretensiosamente. Muitas marcas veem isso como uma oportunidade de divulgar seus designs, fazer dos atletas outdoors ambulantes de suas grifes e contar um pouco da cultura e da história de cada país através das peças. 

Confira a história por trás dos uniformes que estão sendo mais comentados nas redes.

Canadá

A delegação do Canadá está muito bem representada pela marca Lululemon nas Olimpíadas de Paris 2024. A marca canadense de roupas esportivas veste os atletas pela segunda vez em jogos olímpicos. Nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim 2022, a marca também foi a responsável pelos uniformes. 

A proposta para Paris 2024, cidade da luz, foi que a delegação brilhasse tanto quanto a cidade. A grife trabalhou com 19 atletas olímpicos e paralímpicos, entre 14 esportes diferentes, para entender as necessidades deles nos jogos. De acordo com o site oficial do Time Canadá, “adaptabilidade, conforto térmico, funcionalidade e orgulho nacional” foram as chaves para o desenvolvimento da linha. 

Para a cerimônia de abertura, a lululemon desenvolveu uma estampa única que mistura a “arte, arquitetura e natureza” do Canadá. As peças entregam cultura, estética, conceito, casualidade e estilo esportivo.

Jamaica

Com grande foco no time de atletismo, os uniformes da Jamaica foram desenvolvidos pela Puma. O design de linhas busca a “harmonia perfeita entre velocidade e estilo”, segundo o site oficial da marca. 

A estampa foi desenvolvida estrategicamente para que sua posição realce o físico dos atletas, invoque a velocidade e seja visualmente de “parar o show”. As peças são funcionais, desenvolvidas com tecnologia de ponta, para cumprir com a proposta de harmonizar o desempenho dos atletas, notoriamente rápidos e ágeis, com grande estilo. 

Já na cerimônia de abertura, a delegação optou por peças casuais nas cores da bandeira do país.

Bermudas

Mantendo a tradição, Bermudas chegou à Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos vestindo bermudas. As designers locais Courtney Clay, Channing Dill and Alana Wade, foram as responsáveis por criar peças divertidas, autênticas e tradicionais. 

As estilistas conseguiram juntar símbolos nacionais em seus designs e ainda manter um frescor, um ar de inovação, que chamou a atenção de muitos que acompanhavam o evento. 

Estados Unidos

A delegação dos Estados Unidos possui muitos patrocinadores e isso é evidenciado nos uniformes e acessórios recebidos pelos atletas durante as Olimpíadas. Internautas se surpreenderam ao comparar a quantidade de material recebidos pelos atletas estadunidenses e pelos atletas de outras delegações. 

Grandes marcas pertencem a esta lista, entre elas, Ralph Lauren, GK Elite, FIGS, CUORE, The North Face, J.Lindeberg, Speedo, Nike e várias outras. 

Tanto o uniforme de abertura quanto o de encerramento se destacaram. Produzidos pela Ralph Lauren, as peças são um misto de casualidade, formalidade e estilo. Na abertura, o blazer, a gravata e a camisa social remetem a seriedade, já a estampa de listras da camisa e a calça jeans trazem um ar mais despojado. Já para o encerramento, calça e jaqueta jeans brancas compõem o visual do time.

Angola

A Federação Angolana Feminina de Handebol foi a única a conseguir a classificação para os Jogos Olímpicos pelo país, mesmo com poucas representantes, o país brilhou na Cerimônia de Abertura das Olímpiadas. Com peças típicas do país, estampas características e nas cores da bandeira, a seleção de handebol estava muito bem vestida.

Haiti

O uniforme da Cerimônia de Abertura do Haiti chamou a atenção de muitos pela sua beleza, mas ele representa muito mais do que isso. 

Além de ser de fato muito bonito e apresentar uma estética chamativa, o design foi feito pela haitiana-italiana Stella Jean, que aproveitou a oportunidade para mostrar a cultura do Haiti e o seu rico artesanato que vem sendo ofuscado pela instabilidade política do país. 

As peças são compostas por saias e calças estampadas com a pintura do artista local Philippe Dodard, blusas de mangas compridas feitas com o tradicional algodão-azul do Haiti e, para os homens uma jaqueta inspirada na camisa clássica “Guayabera”, já para as mulheres um blazer sem mangas feito de materiais reciclados. 

A estilista conseguiu unir estilo, beleza, tradição e cultura do Haiti e propagou um pouco da história do país através de suas peças, chamando a atenção de todos.

França

O país sede optou por peças que representassem elegância, conforto e se adaptassem a diferentes corpos.

A marca de luxo Berluti foi a responsável pelo uniforme para Cerimônia de Abertura dos jogos, através de ternos clássicos e elegantes, a marca honrou com o desafio e com a assinatura da grife. O toque especial, um degradê das cores da bandeira francesa na gola, chama a atenção e consagra uma peça histórica no mundo esportivo e da moda francesa. 

Já os uniformes esportivos foram assinados pela Le Coq Sportif. A proposta foi a mesma, com o foco na adaptabilidade corporal, a marca procurou unir tradição, modernidade e excelência esportiva. 

Mongólia

O uniforme mais comentado nas redes sociais! As peças para a Cerimônia de Abertura da Mongólia chamou a atenção de todos e virou o queridinho da internet. 

As responsáveis por esse design foram as irmãs Michel Choigaalaa e Amazonka Choigaalaa, fundadoras da marca Michel&Amazonka. Elas incorporaram as cores e o brasão presentes na bandeira do país em suas peças e remeteram os cortes e acessórios tradicionais da Mongólia. 

É a terceira vez que as estilistas assinam os uniformes olímpicos de seu país, sendo responsáveis pelo uniforme dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022.

Brasil

Apesar da repercussão negativa que o uniforme para a Cerimônia de Abertura da delegação brasileira teve na mídia, tiveram outros uniformes do Brasil que chamaram a atenção e agradaram ao público. 

O uniforme do skate ganhou o coração de todos os brasileiros. Fornecidos pela adidas, as peças contam com o design da artista visual brasileira Criola. Ela contou à CNN Brasil que se inspirou nas cores vibrantes que representam o país (o famoso verde, amarelo e azul), usando tonalidades que trouxesse um contraste chamativo, e nas formas geométricas que são a marca registrada da sua arte que é fundamentalmente inspirada na cultura afro-brasileira. 

Outro uniforme que conquistou muitos brasileiros, foi o do vôlei, com direito a uma cerimônia no Corcovado no Dia Nacional do Vôlei, o lançamento da série documental do Globoplay “As Bicampeãs”, e a revelação dos uniformes projetada no Cristo Redentor. 

Inspirado no uniforme das seleções de 84 e 92, o design da Riachuelo conta com diversas referências ao legado do esporte no país e nas Olimpíadas.