Um ano depois de 64 mortes por deslizamentos, São Sebastião segue sob risco
A falta de coordenação entre os órgãos governamentais é evidente, com a prefeitura, o governo estadual e as agências de pesquisa aparentemente incapazes de agir em conjunto para enfrentar a crise
Um ano se passou desde que São Sebastião, em São Paulo, foi atingida por deslizamentos que deixaram 64 mortes. Mas, apesar da passagem do tempo, um fator crucial permanece constante: a falta de planejamento e prevenção ainda é uma realidade.
A Vila Sahy tornou-se um símbolo da negligência das autoridades em lidar com os riscos iminentes. Mesmo após o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) alertar repetidamente sobre a vulnerabilidade da região a deslizamentos de terra, medidas eficazes de prevenção continuam a ser escassas.
Em novembro de 2023, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) solicitou à Justiça a remoção imediata dos moradores das áreas de risco na Vila Sahy e a demolição de centenas de imóveis. No entanto, essa ação foi posteriormente revogada pelo governo de Tarcísio de Freitas, que optou por buscar soluções alternativas, como plantio de árvores, sem oferecer um plano concreto para garantir a segurança dos moradores.
Enquanto isso, a comunidade continua vulnerável, com o risco de novos deslizamentos pairando como uma sombra constante sobre suas cabeças. O geólogo do IPT, Marcelo Gramani, ressalta que as obras em andamento são insuficientes para mitigar completamente os perigos, e a falta de um mapeamento atualizado das áreas de risco apenas agrava a situação.
A falta de coordenação entre os órgãos governamentais é evidente, com a prefeitura, o governo estadual e as agências de pesquisa aparentemente incapazes de agir em conjunto para enfrentar a crise. Enquanto isso, os moradores da Vila Sahy continuam a viver à beira do precipício, literalmente, sem uma solução definitiva à vista, e cobram medidas do governo Tarcísio para barrar o avanço do cenário de deteriorização.