UFG: estupradores impunes e mulheres expostas a julgamento moral
Mulheres que lutam pelo fim da violência na Universidade Federal de Goiás denunciam a falta de proteção e descaso às vítimas de assédio e estupro na UFG, onde as mulheres seguem desassistidas e expostas à revitimização e julgamento moral. O Ministério Público Federal (MPF) em Rio Verde (GO) denunciou, no dia 16 de agosto, por […]
Mulheres que lutam pelo fim da violência na Universidade Federal de Goiás denunciam a falta de proteção e descaso às vítimas de assédio e estupro na UFG, onde as mulheres seguem desassistidas e expostas à revitimização e julgamento moral.
O Ministério Público Federal (MPF) em Rio Verde (GO) denunciou, no dia 16 de agosto, por assédio sexual e estupro de vulnerável, o professor do curso Medicina Veterinária da Universidade Federal em Goiás (UFG)/Regional Jataí, Rogério Elias Rabelo. De acordo com a denúncia, o docente, valendo-se de sua condição de professor-orientador, assediou sexualmente e estuprou uma estudante da qual era orientador.
Entenda:
“Os assédios eram feitos por meio de abordagens presenciais e mensagens no aplicativo WhatsApp com o intuito de obter favorecimento sexual e ocorreram ao longo do ano passado, especialmente entre os meses de agosto e dezembro. Por fim, o estupro teria ocorrido na madrugada de 4 de dezembro de 2016, enquanto a aluna dormia, em um apartamento localizado em Goiânia, para onde alguns alunos foram após participação em congresso ocorrido na capital. Os fatos foram narrados, na época, à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, em Goiânia.
Durante as investigações, ficou constatado que o professor valeu-se de seu cargo público para o cometimento dos crimes sexuais. O MPF/GO pede, agora, a condenação do docente pelos crimes de assédio sexual em continuidade delitiva (art. 216-A c/c art. 71) com o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A, § 1º), todos do Código Penal”
Porém, de acordo com o movimento de mulheres da UFG “O caminho para a resolução do problema tem sido tortuoso, principalmente dentro da UFG, onde, a princípio, houve morosidade da instituição na instalação do processo administrativo e na tomada de decisões”.
O fato é que não podemos mais aceitar a impunidade dos crimes de violência contra mulheres e de gênero no contexto universitário e, principalmente, nas instituições de ensino. Instituições estas que deveriam proteger e formar cidadãos e seres humanos bem feitores de seus direitos e deveres.