Pelo menos três travestis foram assassinadas a tiros no estado de Pernambuco neste último final de semana. A informação foi publicada pelo jornal Brasil de Fato Pernambuco, relatando crimes de transfobia ocorridos na cidade de Palmares e São Bento do Una.

Este fato atesta para a falta de políticas públicas sérias para a população LGBT, sobretudo mulheres trans, tanto no estado quanto no âmbito federal. E também atesta para uma indiferença generalizada de grande parte da sociedade para a crescente morte de pessoas trans no Brasil. Números revelam que o ano de 2022, tendo em vista seus primeiros 40 dias, poderá ser um dos mais perversos em relação a crimes transfóbicos.

Ainda conforme o jornal Brasil de Fato, Júlia, de 23 anos, uma das vítimas, foi morta a tiros, na rua, por um homem que pilotava uma motocicleta. O caso aconteceu no bairro de Santa Rosa, Palmares. O assassino ainda se encontra foragido e não foi identificado. Já em São Bento do Una, duas travestis, de 18 e 31 anos, morreram baleadas em um atentado em um sítio no povoado de Queimada Grande. A polícia também não identificou o assassino, tampouco a motivação do crime. Outro homem que estava acompanhado também foi baleado, mas sobreviveu.

O último dossiê de violência transfóbica publicado este ano pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) é uma prova de que, até hoje, não há políticas suficientes de cuidado e segurança a favor das pessoas trans. Foram 140 assassinatos notificados e/ou noticiados em 2021 contra pessoas trans. São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Ceará são os estados no topo do ranking dos crimes cometidos. A maioria das vítimas tem entre 18 e 29 anos.

O dossiê completo, com dados, artigos e denúncias, está disponível gratuitamente em sua versão digital para download em antrabrasil.org/assassinatos