Ilustração: @camisgray

Mulheres independentes e de diversas organizações do mundo fizeram uma nota em apoio as comunidades amazônidas, atacadas pelo fogo e pelo descaso do governo Bolsonaro.

Na nota, elas lembram a Marcha das Mulheres Indígenas que aconteceu em Brasília e a luta delas em defesa da floresta:

“Nós, esses corpos feminizados que somos, rejeitamos a violência e o extermínio colonial do que existe e agradecemos às nossas irmãs amazônidas e camponesas porque a luta delas é nossa luta.”

Leia a nota completa:

Nós: mulheres, lésbicas, travestis, trans, indígenas, comunitárias, urbanas, trabalhadoras, latino-americanas e do mundo, nos unimos para repudiar o incêndio genocida da Amazônia no Brasil. Espaço alquímico em que a umidade, os minerais, o calor e os ventos são transformados em matéria viva, em que os climas são regulados e nos quais as formas de existência se multiplicam; lar de centenas de povos indígenas que protegem a água e resguardam as frutas e os alimentos que muitos de nós comemos e bebemos; lugar de resistência ancestral à imbecilidade humana que acredita ser o centro de tudo e, nesse centro, é claro, está situado o macho universal. A Amazônia está sendo exterminada pela ação direta do capitalismo extrativista.

Não aceitamos a violência nem as mortes às quais estão sendo submetidas as companheiras indígenas e as comunidades que viveram durante séculos em cuidado recíproco com a floresta e com todos os seres não humanos que a habitam.

Nós: mulheres, lésbicas, travestis, trans, indígenas, comunitárias, urbanas, trabalhadoras, latino-americanas e do mundo, agradecemos e apoiamos as lutas das amazônidas de mais de 130 povos que promoveram a Primeira Marcha das Mulheres Indígenas do Brasil para denunciar o aumento do desmatamento na Amazônia em 67% desde a chegada do governo terrorista-extrativista-patriarcal de Bolsonaro. Com o lema “Território: nosso corpo, nosso espírito”, a marcha denunciou a urgência do cuidado com os vivos, das florestas e da água, e exigiu o fim da violência machista e racista contra elas e contra as crianças.

A Primeira Marcha das Mulheres Indígenas apresenta um novo tipo de luta pelo território entendido também como o planeta em que vivemos e contra as causas capitalista-extrativista-patriarcais da mudança climática.

Nós, esses corpos feminizados que somos, rejeitamos a violência e o extermínio colonial do que existe e agradecemos às nossas irmãs amazônidas e camponesas porque a luta delas é nossa luta.

Sabemos que os empresários e seus agentes causaram o incêndio. Eles promovem o desmate da floresta e deslocamento das comunidades para ampliar a fronteira agrícola e pecuária e favorecer a acumulação extrativista e genocida do agronegócio. Entendemos que se trata de uma forma de disciplinamento atroz, uma resposta desenfreada à energia alavancada em todo o mundo pela marcha das mulheres indígenas, guardiãs da selva e das formas de existência insurgentes que ela abriga.

“Quando defendemos nossos territórios, nossos corpos e nossos espíritos, estamos também defendendo as vidas dos outros povos que habitam este planeta.” Assim disseram também várias das mulheres que caminhavam pelas ruas de Brasília com seus filhxs: “É na vida comunal que uma vida decente pode ser sustentada”. Com elas e para todxs, apelamos às organizações feministas de todo o mundo para que demonstrem e exijam que sejam tomadas as medidas necessárias para deter o incêndio.

#NiUnaMenos
#VivasNosQueremos
#ForaBolsonaro
#MachistasRacistasNãoPasarão
#EleNão

Assinam:
Colectivo Ni Una Menos – ARGENTINA
Comité Socioambiental Coordinadora Feminista 8M – CHILE
Movimiento por el Agua y los Territorios (zonal centro) – CHILE
Nora Cortiñas, Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora – ARGENTINA
Colectiva materia – ARGENTINA
Grupo Matamba – ARGENTINA
Cooperativa Minga de trabajo, ARGENTINA
Movimiento Afrocultural, ARGENTINA
Vem pra luta amada, de Río de Janeiro, BRASIL
Columna Negras Indígenas Racializadas y Disidencias, ARGENTINA
Movimiento de Mujeres de Kurdistán
Coletivo Autônomo de Mulheres Pretas – ADELINAS, BRASIL
Elijo Dignidad -GUATEMALA
CLADEM
Marea Verde Jurídica -MEXICO
Encuentros de Feminismo Popular -ARGENTINA
Ni Una Menos -COSTA RICA
Ni Una Menos- San Juan – ARGENTINA
Ni Una Menos Santa Fe – ARGENTINA
Colectiva Ni Una Menos Moreno, ARGENTINA
Colectiva Ni Una Menos Bolsón, ARGENTINA
Ni Una Menos Fiorito, ARGENTINA
Ni Una Menos Mendoza, ARGENTINA
Colectiva Ni Una Menos Santiago del Estero -ARGENTINA
Agenda de Géneros -Santiago del Estero – ARGENTINA
Ammar Santiago del Estero, ARGENTINA
Asamblea Popular Feminista, ARGENTINA
Emergentes, ARGENTINA
Midia NInja BRASIL
Fora do Eixo – BRASIL
Coletivo Passarinho
8M Brasil, BRASIL
Hermanas, BRASIL
Serigrafistas queer, ARGENTINA
Centro de Investigaciones Antifascistas, ARGENTINA
Cromoactivismo, ARGENTINA
La Sandía Digital, laboratorio de cultura audiovisual – MEXICO
Colectiva Rebelión (@rrebelionn) -MEXICO
Presencia y Palabra: Mujeres Afroperuanas (PERU)
Revista Ojo Zurdo (PERU)
Colectivo Audiovisual Minkaprod (PERU)
Colectiva Sostenibles (PERU)
Mujeres tejedoras de sabores y de sueños, COLOMBIA
Observatorio contra el acoso callejero – GUATEMALA
No tan distinta – ARGENTINA
MOVIMIENTO DE LOS PUEBLOS – POR UN SOCIALISMO FEMINISTA DESDE ABAJO //// Frente Popular Darío Santillán-Corriente Nacional // Izquierda Latinoamericana Socialista//Movimiento por la Unidad Latinoamericana y el Cambio Social // Frente Popular Darío Santillán – Campaña por la Aparición con vida de Diana Colman – Secretaria de Genero de CTA- A Alte Brown – Pte Peron – Agrupación Che Docente
Colectivo – Residentes voluntarios de la localidad de Los Mártires.
MOI 8 de Abril -ARGENTINA
Colectiva Feminista La Revuelta, Fiske Menuco, Neuquén y CABA -ARGENTINA
Pañuelos en Rebeldía
Feministas de ABYA YALA
No Tan Distintas, ARGENTINA
Revista La Negra del Sur, ARGENTINA
Frente de Mujeres UNGS, ARGENTINA
Catedra Identidades, discursos sociales y tecnologias de género (Facultad de Cs Sociales – UBA), ARGENTINA
Movimiento de Mujeres Indígenas por el Buen Vivir
Mujeres de la Mesa Reconquista de José León Suárez, ARGENTINA
Cumbre Popular Urbana, COLOMBIA
Entre Redes, COLOMBIA
Pedalea como una piba, ARGENTINA
Comisión de géneros ENS No 3., Buenos Aires, ARGENTINA
Colectivo de artistas de Córdoba, ARGENTINA
Taller de serigrafia colectiva, ARGENTINA
Plataforma feminista sobre violencias/ Feminist research on violence, Nueva York, EEUU.
FPDS Frente popular Darío Santillán, ARGENTINA
Nosotras Proponemos, ARGENTINA
Red Furia Feminista
SOCORRISTAS EN RED (feministas que abortamos), ARGENTINA: Bahía Rosa – Socorristas en Red (Bahía Blanca), Colectiva artivista feminista socorrista Las Hilando. Córdoba, Colectiva feminista La revuelta (Neuquén), Dora te escucha (Paraná, Entre Ríos),La Hoguera Socorro Rosa Tierra del Fuego,Las Fugas Rosario, Las Hilarias Socorristas en Red (San Juan), Las Nanas Socorristas en Red (Santa Fe), Las Rudas Socorristas en Red Villa Mercedes (San Luis), Maleducadas Kisulelaiñ Socorro Fiske, Manos a la otra – colectiva feminista (Villa Gesell), Revueltas Socorristas- CABA, Rosa Salvaje (Viedma, Río Negro), Río Rosa Socorro Río Colorado, Socorristas Catamarca, Socorristas Misiones, Socorristas Olavarría, Socorristas en Red (azul), Socorristas en Red General Pico, Socorristas en Red Los Lagos (Neuquén), Socorristas en Red Santa Rosa, Socorro Comarca Andina (Chubut y Río Negro), Socorro Rosa Balcarce, Socorro Rosa
Chaco Corrientes, Socorro Rosa Jujuy, Socorro Rosa Necochea-Quequen, Socorro Rosa Quebrada y Puna (Jujuy), Socorro Rosa Rabiosa (Comodoro Rivadavia), Socorro Rosa Salta, Socorro Rosa San Francisco- “Las Rivas”, Socorro Rosa Santa Elena, Socorro Rosa Santiago del Estero, Socorro Rosa Tandil, Socorro Rosa Tucumán, Socorro Rosa Villa María Villa Nueva / Tribu Rosa,Socorro Rosa Villa Regina, Socorro Villa la Angostura
Filo Feminista (FFyL, UBA) – ARGENTINA
Verónica Pelaccini, Argentina.
Gabriela Cabezón Cámara, Selva Almada, Colectiva ACTRICES ARGENTINAS, ARGENTINA
Una somos todas, BOLIVIA
Gladys Tzul Tzul, Maya K’iche.
Jovita Tzul Tzul, Maya K’iche’.
YasnayaAguilar, Mixe.
Lucía Ixchiu -Festivales Solidarios -Guatemala
Ruth Quevedo Fique. Siembra Liderazgo Colectivo, COLOMBIA
Colectivo Futbolero Femenino Escarlata, COLOMBIA
Caso gonotaser, COLOMBIA
Pluriversidades Feministas, MEXICO
Colectiva Louise Michel: CHILE / MEXICO
Red Memoria y Justicia, MEXICO
Revista Amazonas – ARGENTINA, BRASIL, COLOMBIA, ECUADOR
Grupo de investigacion Entramados comunitarios y formas de lo politico, Puebla – MEXICO
Desencajadas/Asamblea Popular Plaza Dorrego-San Telmo, ARGENTINA – Marcela Lladó/Asociación Vive la Bici, Santiago de CHILE
ABOFEM, Abogadas Feministas, ARGENTINA
YoNoFui, ARGENTINA
Colectivo Vitrina Dystopica- CHILE
Red de Mujeres y Disidencias Organizadas de la villa 21-24 y Zavaleta, Buenos Aires, ARGENTINA
WIE Women in Engineering USCO COLOMBIA @UscoWie