Nesta quarta-feira (2), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reforçou o compromisso do governo federal com o combate às queimadas, mas criticou duramente a decisão judicial de manter sob sigilo o nome de um desmatador envolvido em incêndios no Pantanal, em Corumbá (MT). “Tem que dizer o nome”.

O caso envolve a apropriação ilegal de terras públicas, com a criação de gado em uma área devastada pelo fogo. Para a ministra, a transparência é essencial para a dissuasão de crimes ambientais e a responsabilização dos grandes infratores.

Marina Silva também destacou os avanços no enfrentamento dos incêndios em todo o país, com mais de R$670 milhões destinados ao combate das chamas. Dos 988 incêndios registrados, 513 foram extintos, mas ainda há dezenas de focos ativos, muitos em regiões de difícil acesso. Segundo a ministra, apesar dos esforços, é necessário ampliar os recursos e ações, especialmente em áreas remotas, onde a resposta tem sido insuficiente.

A ministra aproveitou a ocasião para lamentar a lentidão na implementação da Autoridade Climática, uma promessa do governo Lula que visa criar uma estrutura técnica e preventiva para lidar com as emergências ambientais.

Marina argumentou que o novo órgão, inspirado na Anvisa, deve estar vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e não ser apenas um “instrumento político”. O objetivo é agir com base em dados científicos, prevenindo crises como a seca severa que afeta comunidades na Amazônia, onde o transporte de insumos se torna extremamente caro em situações de emergência.