O Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu uma decisão que descarta qualquer irregularidade cometida pelo então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, no episódio que culminou em sua prisão e posterior suicídio durante a Lava Jato. Em resposta a essa decisão, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que tomará “as medidas cabíveis” para investigar possíveis irregularidades nas ações de agentes públicos envolvidos no caso.

Em 2017, Cancellier foi preso e detido por 36 horas, além de ser proibido de retornar à UFSC. Incapaz de lidar com a situação, ele se reclusou em sua residência por 18 dias, até tirar a própria vida ao se jogar do último andar de um shopping center em Florianópolis. Um bilhete encontrado em seu bolso revelou que a morte foi resultado direto do afastamento da universidade.

A operação da Polícia Federal (PF), denominada “Ouvidos Moucos”, visava investigar supostas irregularidades nas ofertas de educação à distância pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Flávio Dino destacou a importância de esclarecer os eventos que levaram à tragédia e garantir a responsabilização, caso sejam identificados abusos ou negligência por parte dos agentes públicos.

O modus operandi da Operação Lava Jato, utilizada pela PF durante o caso de Cancellier, foi mencionado pela deputada federal Gleisi Hoffman (PT-PR), que ressaltou a humilhação sofrida pelo ex-reitor.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) fez críticas sobre o procedimento da Lava Jato. Ele questionou, em uma postagem no Twitter, se “essa gente vai pagar pelo que fez?”, exigindo responsabilização para aqueles que estiveram envolvidos no caso.