A decisão do Copom de manter a taxa de juros em 13,75% não foi bem recebida. Tanto sindicatos como o setor comercial e industrial criticaram a manutenção dos juros. Mais de dez sindicatos, incluindo a CUT, UGT e Força Sindical, além de entidades empresariais representadas na Fecomercio, órgão ligado ao sistema S, emitiram alertas sobre o impacto negativo que essa medida pode ter na geração de empregos.

 “Eu digo todo dia, não tem explicação para nenhum ser humano, no planeta Terra, a taxa de juros no Brasil estar a 13,75%. Não existe explicação, então, como presidente da República, eu não posso ficar discutindo cada relatório do Copom. Não posso. Eles paguem o preço pelo que estão fazendo. A história julgará cada um de nós”, disse o presidente Lula ao comentar a decisão do Copom.

Na visão do presidente, é preciso “encontrar caminhos para que a economia brasileira cresça para além daquela normalidade que todo mundo fala”. Lula lembrou que durante os seus mandatos na Presidência, de 2003 a 2010, em toda reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) tinha alguém para fazer crítica ao aumento da taxa de juros, a redução ou para falar bem.

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede- AP), também criticou a decisão. Segundo ele, não há justificativa já que a inflação está caindo.

Fora Campos Neto

Flagrado em um grupo no WhatsApp chamado ‘ministros de Bolsonaro’, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem sido alvo de críticas sobre sua atuação para conter a alta dos juros no país. Lula está convencido de que é preciso haver a substituição.

“Se esse cidadão quiser, ele nem precisa conversar comigo. Ele só tem que cumprir a lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central. Ele precisa cuidar da política monetária, mas precisa cuidar também do emprego, cuidar da inflação e da renda do povo. É isso que está na lei, basta ler a lei”, disse, acrescentando que, a seu ver, Campos Neto “não está cumprindo com a sua missão”.

*Com informações da Agência Senado