Suprema Corte dos EUA acaba com cotas em universidades; protestos são convocados em todo o país
Foram seis votos para o fim das cotas, e 3 a favor de mantê-las.
A Suprema Corte dos Estados Unidos acabou com a política de cotas para entrada nas universidades do país. A decisão encerrou uma prerrogativa legal que garantia cotas raciais, originada no caso Grutter v. Bollinger e vigente desde 2003. Um estudo do Departamento de Estado revelou que, após treze anos da implementação das cotas raciais nas universidades, a diversidade nas instituições de ensino superior do país havia aumentado em 57%.
Foram seis votos para o fim das cotas, e 3 a favor de mantê-las.
A juíza Sonia Sotomayor, uma das vozes a alertar que a decisão era um duro golpe contra a diversidade e inclusão, justificou sua discordância alegando que esse movimento é um sinal de profundo desacordo com uma decisão que, segundo ela, “aumentará ainda mais a desigualdade racial na educação”.
A ex-primeira-dama Michelle Obama divulgou uma declaração no Instagram sobre a decisão da Suprema Corte de anular a ação afirmativa.
“Então, hoje, meu coração se parte por qualquer jovem que esteja se perguntando o que seu futuro reserva – e que tipo de oportunidades estarão abertas para eles”, escreveu Obama em seu post.
O ex-presidente Barack Obama, a vice-presidente Kamala Harris e Joe Biden afirmaram que a decisão foi um retrocesso.
A Suprema Corte analisou o processo de admissão de cotas da Universidade de Harvard e na Universidade da Carolina do Norte. Agora, a decisão terá impacto abrangente nas admissões em faculdades nos Estados Unidos.
Organizações estudantis e grupos de lutas por direitos civis, como o Black Lives Matter, organizam uma série de protestos em todo o país.