Sub-secretaria ligada a Anderson Torres alertou sobre mobilização golpista no 8 de janeiro
A invasão ocorreu no dia 8 de janeiro, e contou com apoio de policiais militares, que conduziram os golpistas do acampamento do Quartel General do Exército até a Esplanada dos Ministérios
A invasão ocorreu no dia 8 de janeiro, e contou com apoio de policiais militares, que conduziram os golpistas do acampamento do Quartel General do Exército até a Esplanada dos Ministérios
O ex-secretario de segurança pública do Distrito Federal, Anderson Torres, atualmente em prisão domiciliar, assumiu em depoimento à Comissão Mista Parlamentar de Ínquerito, nesta terça-feira (8), que recebeu alertas sobre invasão na sede dos três poderes por golpistas bolsonaristas desde o dia seis de janeiro. A invasão ocorreu no dia 8 de janeiro e contou com apoio de policiais militares, que conduziram os golpistas do acampamento do Quartel General do Exército até a Esplanada dos Ministérios.
O deputado Rogério Corrêa (PT) revelou documentos, até então em sigilo, com fortes indicações de que Torres foi avisado que existia um plano de invasão sendo alimentado no acampamento bolsonarista. Corrêa utilizou um vídeo feito pela Mídia NINJA, que aponta o elo histórico de Torres com a agenda bolsonarista, e o seu protagonismo para desacreditar o sistema eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral.
O deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL) apontou contradições de Anderson Torres durante o depoimento à CPMI. Com base em documentos em que a Comissão teve acesso, Henrique apontou que, mesmo diante dos alertas, Anderson Torres decidiu ir para os Estados Unidos descumprindo acordos de cooperação, em que a secretaria de segurança deveria coordenar as ações para destituição dos acampamentos, além de planejamento eficaz para conter possível invasão na sede dos três poderes.
Anderson Torres está preso de maneira preventiva. As investigações apontam que o ex-ministro de Jair Bolsonaro é um dos pilares da tentativa de golpe que ocorreu no dia 8 de janeiro. A Polícia Federal também apura se Anderson Torres agiu em coluio com Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, para impedir que eleitores do Nordeste chegassem em locais de votação.
Planilha de votos
Anderson Torres informou que a Diretoria de Inteligência do Ministério da Justiça produziu uma planilha com os locais onde os candidatos Lula e Jair Bolsonaro haviam obtido mais de 75% dos votos no primeiro turno “com intuito de fazer um cruzamento e identificar possíveis crimes eleitorais nesses redutos”.
Dados da PRF divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública mostram que o Nordeste concentrou quase metade dos ônibus fiscalizados no segundo turno da eleição de 2022, como apontou a Agência Brasil.
Durante o depoimento, Anderson Torres negou qualquer interferência nas operações no Nordeste, dizendo que o motivo da viagem à Bahia foi a visita a uma obra da PF, em Salvador. “Como ministro, eu nunca interferi no planejamento e no operacional dessas duas instituições [Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal]. Nossa determinação sempre foi de reprimir a compra de votos e os demais crimes eleitorais”, sustentou.
Eliziane argumentou que Almada, em depoimento à PF, disse que o encontro foi marcado para discutir pontos de votação na Bahia, em especial, onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva teria mais votos. “Leandro Almada afirma categoricamente que o objeto desta reunião não se tratava dessa obra específica na Bahia, mas sobretudo desse levantamento, desse detalhamento acerca desses pontos centrais de votação”, destacou a senadora.