O Governo Temer não para de nos dar provas de seu menosprezo pelas culturas indígenas. O episódio da vez é no dia do índio e às vésperas do Acampamento Terra Livre – ATL, o maior encontro indígena do Brasil, a Fundação Nacional Indígena (FUNAI) teve seu então presidente pressionado – o que o levou ao pedido de demissão ontem – por quem o havia indicado: a bancada ruralista. Detalhe: a FUNAI é o mais importante órgão indigenista do país, criado para proteger e promover os direitos dos povos indígenas no Brasil e hoje se transformou em um quintal dos interesses ruralistas.

Esse é o terceiro presidente em apenas 2 anos de gestão. Cabe lembrar que o primeiro nomeado, o ex-presidente Antônio Fernandes Toninho Costa, indicado e depois demitido por esse grupo parlamentar no começo da gestão, em sua saída, denunciou que o tiraram por “não fazer malfeitos”.

A FUNAI está vivendo um processo de desmonte. Loteada pelos diferentes grupos políticos ligados às bancadas ruralistas e evangélica e esvaziada de suas funções institucionais, vem experimentando uma redução drástica do orçamento e do quadro de servidores. Além disso, vivemos uma paralisação das demarcações das terras indígenas por meio de iniciativas legislativas ou medidas administrativas do procedimento de demarcação, permitindo a crescente criminalização de lideranças indígenas.

Os povos indígenas já viveram muitos capítulos genocidas em sua história, e com muita luta se mantiveram sempre na resistência contra todas as tentativas de ataques. Desde a ditadura militar, não havíamos experimentado um período tão duro e hostil. Por isso denunciamos e seguimos em luta por nossos territórios, nossa cultura e nossa existência.

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