SOM Indica: Marcia Castro, inquietude criativa na música baiana
Marcia Castro une ritmos baianos e ativismo LGBTQIAPN+ em sua música, destacando-se como uma voz forte da cultura e diversidade
Por Luana Neves
Marcia Castro (@marciacastroart) é uma cantora e compositora baiana que faz questão de incorporar a rica cultura do lugar onde nasceu em sua arte. Iniciou a carreira aos 16 anos e tem cinco discos lançados que, juntos, trazem uma infinidade de referências a ritmos como o axé, forró e samba de roda.
Seu álbum mais recente, “Axé”, é inspirado na música baiana dos anos 1990 e tem participação de musicistas renomadas do axé, incluindo Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Margareth Menezes.
Entre a diversidade de ritmos e estilos, Márcia faz de sua música uma forma de celebração a comunidade LGBTQIAPN+, de qual faz parte. Seu single “Arco-Íris do Amor”, parceria com Margareth Menezes, lançado em 2021 durante o mês do orgulho, canta o amor em todas as suas formas.
Em paralelo a sua carreira musical, Marcia promoveu nos verões baianos o projeto “Pipoca Moderna”, que há 3 anos reune no mesmo palco nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Baby do Brasil, Luiz Melodia, Elza Soares, dentre outros. Trata-se de um show coletivo, sendo Marcia Castro a anfitriã desse encontro musical, intercambiando repertórios e afinidades musicais entre artistas de diversas gerações e levando para o público um show diferente a cada apresentação.
O palco se torna local de encontros, celebração e interseção entre artistas que têm relação direta com o seu trabalho e também despertam interesse do público. “O Pipoca Moderna nasce do desejo de levar para o palco essas “conexões” fundamentais e tão características da música brasileira. Todos os artistas convidados são figuras que participaram do meu processo musical, direta ou indiretamente, e pelos quais tenho uma forte admiração”, explica Marcia Castro.
Além disso, seu projeto mais recente Roda de Samba Reggae, celebra a cultura baiana com shows que trazem um repertório de músicas que marcaram os anos 80, com canções do Olodum, Ilê Aiyê, Muzenza do Reggae, Banda Mel e Banda Reflexu’s.
“A Roda de Samba Reggae tem esse espírito coletivo de memória, de esperançar a vida, e sobretudo distribuir alegria. O repertório foi construído a partir de uma pesquisa muito extensa da nossa música matricial afro-baiana, que é fundamental na minha trajetória de vida e artística”, explica Marcia, “Bebo dessa fonte desde criança, quando escutava as canções no rádio, até me tornar foliã, na adolescência, e formatar minha base artística a partir desse repertório. Será um momento muito especial. Tô muito feliz de compartilhar com vocês esse momento ao vivo”.