SOM Indica: Jefferson Placido, revolução musical no jazz periférico
Sua abordagem musical incorpora elementos do jazz, samba, soul e funk carioca, resultando em uma sonoridade única.
Por Noé Pires
Pianista de jazz, nascido e crescido no Subúrbio Carioca, Jefferson Placido (@jeffersonplacido_) traz consigo as influências e a essência da vida periférica. Sua música representa uma resistência aos discursos hegemônicos, desafiando as convenções estabelecidas.
Os improvisos de Jefferson Placido refletem um jazz melódico e minimalista, enraizado na Música Clássica do Subúrbio. Sua abordagem musical incorpora elementos do jazz, samba, soul e funk carioca, resultando em uma sonoridade única. Essa mistura de timbres e texturas cria uma expressão vanguardista do Jazz periférico, transportando o ouvinte para uma experiência musical inovadora.
O S.O.M (Sistema Operacional da Música), o canal de música da Mídia NINJA, bateu um papo com Jefferson Placido.
“O Irajazz surgiu nessa necessidade do artista do subúrbio não fazer o êxodo do seu território, não ter que sair do subúrbio pra ir pros grandes centros, grandes metrópoles. Sobretudo, o jazz nasceu na periferia né, e quando eu pensei no Irajazz, eu pensei o jazz aqui no Irajá, na Penha, no subúrbio do Rio, porque foi uma música que ficou muito elitizada, então, a gente tem que se deslocar de nosso território pra tocar em outras casas, em outras festas de jazz fora do nosso território geralmente na zona sul do Rio de Janeiro, onde se encontra a parte mais rica da população, então o Irajazz surge dessa provocação de se fazer um jazz no território para que o artista não tenha o êxodo pra trabalhar em outro lugar e outro local”, explica Jefferson
“Assim, fomentando o nosso território, nossa economia criativa, fazendo com que essa tecnologia periférica de uma certa forma contribua e provoque as políticas públicas culturais, que não tem na periferia, que não tem no subúrbio de onde a gente faz parte”, comenta Jefferson Placido.
“A música clássica do subúrbio é o presente, é o agora, é a tecnologia social da periferia, que tenta contribuir pras construções de políticas culturais dentro de nosso território”, acrescenta o artista.