Por Davi Maia

Quando combinamos o som do indie rock com as carioquices do Rio, pensamos em uma banda. Ela é a Aquino e a Orquestra Invisível (@aquinoeaorquestrainvisivel). Formada pelos músicos João Soto, João Vazquez e Leandro Bessa ainda em 2019, a banda deu seus primeiros passos sob uma realidade pandêmica, e agora galga espaço no cenário indie com autenticidade sonora.

Os cariocas foram um dos destaques do festival online “Palcos do Rio”, ainda em 2020, no ano de lançamento da banda. O guitarrista João Vazquez conheceu o baixista João Soto em 2017, ainda antes do início do Ensino Médio da dupla, quando Soto tinha uma banda de escola. Eles não demoraram a identificar semelhanças em seus objetivos musicais, e logo começaram a compor juntos.

A formação da Aquino e a Orquestra Invisível, no entanto, só se concretizou em 2019, quando o baterista Leandro Bessa entrou e o grupo começou a gravar em estúdio. Juntos, aprenderam técnicas de composição, começaram a consumir cada vez mais músicas brasileiras e deram origem às canções que dão forma ao disco de estreia. 

O que dá nome à banda não é o sobrenome de nenhum dos três. A inspiração vem a partir de um quadro do pintor mineiro Angelo de Aquino, que tem um dos quadros exposto no apartamento do baixista João Soto. A Orquestra Invisível, por sua vez, surge “para representar a quantidade de camadas de sons que estão presentes nas músicas”, segundo a banda.

Desde o ano inicial, os meninos já trabalhavam na produção do álbum “Os Prédios Cinzas e Brancos da Av. Maracanã”, que se joga entre as brasilidades e os sintetizadores da guitarra elétrica para fazer barulho com um som autêntico. Uma das grandes referências que influenciou a formação sonora do trio vem do disco “Supercarioca”, de Picassos Falsos. 

Foi também daí que saiu a inspiração para a estreia da banda. O single “302” foi o som que ajudou a difundir as novas sonoridades a um público mais amplo. Cerca de um ano após o lançamento, foram convidados para a primeira performance ao vivo para o público, jogando em casa – na Tijuca, região conhecida na Zona Norte do Rio.

O Centro da Música Carioca Artur da Távola, referência no Rio de Janeiro dentro do circuito independente, foi apenas o passo primário pelos palcos. Após parceria firmada com o Selo Rockambole, uma rede de suporte para dentro e fora dos palcos foi criada. Dentro do coletivo, O Grilo, Pluma e Daparte somam forças à Aquino. 

Foi através dessa união entre sons que guardam particularidades e semelhanças que os cariocas se apresentaram no histórico Circo Voador, palco da música brasileira. Para os cariocas, eles já conseguem “se situar na cena”.

“A parada mais legal é não se sentir sozinho, porque essas pessoas que a gente encontra no meio do caminho contribuem muito para o nosso crescimento pessoal e artístico”, afirmam.

O grande sucesso da banda até aqui é “20 anos e meio”, um flerte com o pop que versa sobre a realidade de se apaixonar em meio à uma revolução tecnológica. O single de 2021 acumula mais de 470 mil reproduções, e passou em números o sucesso de estreia, “302”.

“O single é sobre querer ver o mundo além das telas que cercam a gente, ao mesmo tempo que evidenciar e dar voz às ansiedades que viraram tão normais, principalmente em um mundo após a pandemia do Covid-19″, explica a banda.

Há dois anos distantes dos lançamentos e prometendo a produção de um novo disco, ainda sem data marcada para o lançamento, eles afirmaram, em entrevista à Rádio UFRJ, uma vontade de colaborar com Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo e Tangolo Mangos.