Por Letícia Gomes

O grupo baiano afro-percussivo Aguidavi do Jêje (@aguidavidojeje) encanta com a fusão entre a tradição e a vanguarda, promovendo um diálogo entre o passado e o presente. Ele é referendado nos toques de candomblé da nação Jeje-Mahin: uma orquestra de atabaques que se autointitula “ritual percussivo”.

O som conduzido com rigor e imerso em ancestralidade é registro de herança e de tradição. E o próprio nome do grupo já mostra isso: Aguidavi vem da vareta retirada do pé de Araçá e que toca os três atabaques do candomblé cultuado no jêje-mahim. Ao passo que Jêje é como os africanos que vieram do reino do Daomé, atual Benim, eram chamados. Os Ogans são aqueles preparados para tocar os atabaques sagrados — rum, rumpi e o lé — durante as cerimônias.

O grupo conta com 14 integrantes Ogans do Terreiro Zogodoo Bogum Malê Hundo, talentos da música baiana, de idades entre 15 e 45 anos, liderado por Luizinho do Jêje, músico nascido e criado no Bogum. Considerado um gênio dos atabaques, Luizinho já foi percussionista do Quinteto Letieres Leite, Olodum, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Margareth Menezes, Gilsons, Daniela Mercury, Mateus Aleluia, Virgínia Rodrigues e Orkestra Rumpilezz

O lançamento do álbum de mesmo nome, Aguidavi do Jêje é uma experiência sonora que celebra a ancestralidade afro-baiana, com sete faixas autorais gravadas no Terreiro de Bogum, quilombo mais antigo da Bahia. O som dos atabaques e a riqueza das tradições culturais marcam a essência desse disco.