Sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki ganham Nobel da Paz em meio a crescentes ameaças nucleares
Os sobreviventes dos ataques, conhecidos como Hibakusha, têm transformado suas experiências em uma mensagem de paz e desarmamento
A Nihon Hidankyo, organização de sobreviventes dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, venceu o Prêmio Nobel da Paz 2024, anunciado nesta sexta-feira (11). A escolha surpreendeu analistas e casas de apostas, sendo vista como um alerta contra o uso de armas nucleares em um contexto global de conflitos e tensões crescentes.
A decisão do comitê do Nobel destacou o trabalho da Nihon Hidankyo em promover a abolição das armas nucleares, lembrando ao mundo o impacto devastador dessas armas, que foram usadas apenas uma vez em guerras, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Os sobreviventes dos ataques, conhecidos como Hibakusha, têm transformado suas experiências em uma mensagem de paz e desarmamento.
O prêmio chega em um momento crítico, com ameaças de uso de armas nucleares sendo discutidas em conflitos como a guerra na Ucrânia e as tensões no Oriente Médio. A postura agressiva da Rússia e da Coreia do Norte, além das recentes movimentações do Irã em expandir sua indústria nuclear, têm preocupado a comunidade internacional.
Após o anúncio do prêmio, o diretor da Nihon Hidankyo, Toshiyuki Mimaki, ressaltou que o reconhecimento fortalece os esforços pela abolição das armas nucleares e renova a esperança de um mundo livre desses armamentos. O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, também celebrou a conquista como um marco significativo para o Japão e a luta pelo desarmamento global.
A premiação, além do reconhecimento internacional, inclui um valor de US$ 1,1 milhão e reforça a mensagem de que o uso de armas nucleares nunca mais deve se repetir.