Sobre zerar emissões, secretário-geral da ONU diz que “falhar é uma sentença de morte”
E o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson realçou aos presentes: “As crianças que nos julgarão ainda não nasceram
Jéssica Albuquerque, para a Cobertura Colaborativa NINJA na COP26
Se nada for feito agora, está consolidado o caminho rumo a um desastre climático. O alerta é do secretário-geral da ONU, António Guterres, uma das autoridades a falar no evento de abertura da Conferência Mundial sobre o Clima (COP26), nesta segunda-feira (1°), em Glasgow. Mais de 120 líderes mundiais se reúnem em Glasgow para firmar o compromisso e traçar estratégias viáveis para frear a emissão de gases poluentes ao meio ambiente. A reunião ocorre antes das negociações decisivas da Conferência. Mas assim como Jair Bolsonaro, os presidentes da China, Xi Jinping e da Rússia, Vladimir Putin não estão presentes no grande evento mundial.
Em sua fala, Gutierres destacou que o último levantamento sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas mostra que as propostas dos governos poderão levar o mundo a um aumento “calamitoso” da temperatura para 2,7 °Celsius. O encontro se norteia por estudos científicos e busca avançar sobre o Acordo de Paris, assinado por 196 partes em 2015 e que estabelece grandes objetivos para limitar o aumento da temperatura até 1,5° C.
“Estamos cavando nossa própria sepultura! O planeta está mudando aos nossos olhos, das profundezas do oceano ao topo das montanhas, do derretimento de geleiras a eventos climáticos extremos, implacáveis. Oceanos estão mais quentes do que nunca. Devemos fazer mais para proteger as comunidades vulneráveis do perigo claro e presente para as mudanças climáticas”.
Foi o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, quem abriu a COP26. Em consonância com a fala de Gutierres, disse que “fica mais alto o preço quando somos eventualmente forçados pela catástrofe a agir porque está funcionando, desacelerando o relógio sobre as mudanças climáticas, faltam um minuto para a meia-noite e precisamos levar a sério as mudanças climáticas hoje, senão será tarde demais para nossos filhos fazerem isso amanhã”.
Ele realçou que a decisão não contempla só esta geração, mas especialmente quem é ainda é jovem. Dizendo que a idade média da conferência era de 60 anos e que os jovens que estavam do lado de fora, reunidos em manifestações vão cobrá-los por suas decisões.
“As crianças que nos julgarão ainda não nasceram, e seus filhos … não devemos distorcer nossas falas ou perder nossa deixa, porque eles não vão nos perdoar … eles vão nos julgar com uma amargura e ressentimento que eclipsa a de qualquer parte do clima ativistas hoje. E eles estarão certos”.
A @MidiaNinja e a @CasaNinjaAmazonia realizam cobertura especial da COP26. Acompanhe a tag #ninjanacop nas redes!