Sob Tarcísio, São Paulo registra o maior número de queimadas em 14 anos
O Corpo de Bombeiros de São Paulo enfrentou um aumento substancial no número de ocorrências, atendendo a 26.012 chamadas para combate a queimadas até 25 de julho, mais que o dobro das 11.960 ocorrências registradas no ano passado. No entanto, esse número pode ser ainda maior, já que muitas ocorrências são combatidas por brigadas municipais
Sob o governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas, o estado de São Paulo tem enfrentado um dos anos mais críticos em relação a queimadas, com o maior número de focos de incêndio registrado nos últimos 14 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre 1º de janeiro e 25 de julho, foram detectados 1.649 focos de incêndio por satélite, um aumento significativo em comparação aos 705 focos registrados no mesmo período de 2023. O recorde absoluto permanece em 2010, quando foram registradas 2.118 ocorrências.
Municípios mais afetados
Em 2024, as cidades mais afetadas pelas queimadas incluem Jaú (26 focos), Itapeva (24), Campinas (21), Mogi Mirim (17) e Piracicaba (17). Essas queimadas estão afetando majoritariamente a Mata Atlântica, que representa 60% das áreas atingidas. Em comparação, no mesmo período de 2023, Itapeva liderava com 18 focos, seguida por Tejupá (16) e Paranapanema (14).
Ação dos bombeiros
O Corpo de Bombeiros de São Paulo enfrentou um aumento substancial no número de ocorrências, atendendo a 26.012 chamadas para combate a queimadas até 25 de julho, mais que o dobro das 11.960 ocorrências registradas no ano passado. No entanto, esse número pode ser ainda maior, já que muitas ocorrências são combatidas por brigadas municipais e empresas locais sem acionar a corporação.
Os dias de maior incidência de queimadas são os finais de semana, especialmente aos domingos e sábados, com os horários críticos sendo das 12h às 20h.
Condições de aridez
O Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) classifica todas as cidades de São Paulo como estando em condição de seca, variando de fraca a severa. Na última terça-feira (23), São Paulo registrou a tarde mais seca em quase três anos, com apenas 13% de umidade relativa do ar. Essa condição coloca a capital paulista à frente de outras cidades tradicionalmente secas como Cuiabá e Campo Grande.
Perspectivas para o abastecimento de água
Apesar das condições críticas de seca e queimadas, o Sistema Cantareira, que abastece grande parte da população de São Paulo, está operando com 63% de sua capacidade, considerado um nível bom para a época do ano, segundo o Portal dos Mananciais.
Previsão do tempo
O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) prevê a continuidade do clima seco e quente para os próximos dias. A umidade do ar deve permanecer abaixo de 30%, com madrugadas frias e tardes quentes. “O predomínio de sol durante o dia faz a temperatura subir até os 27°C, com umidade relativa do ar abaixo de 30% na maior parte dos bairros paulistanos”, informou o CGE.
O fim de semana também deve seguir com tempo aberto e seco, mantendo as taxas de umidade do ar baixas, abaixo de 30%.
Impactos na saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que índices de umidade relativa do ar abaixo de 60% são inadequados para a saúde humana, podendo causar problemas respiratórios e outras complicações. Com índices constantemente baixos, a população deve redobrar os cuidados, mantendo-se hidratada e evitando a exposição prolongada ao sol.
*Com informações da Folha de SP