Por Lucas Souza

Conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil, Sérgio Augusto Bustamante trouxe o estilo para o país no final da década de 1960 após ter contato direto com seu local de origem no tempo em que morou nos EUA.

Pioneiro no visual andrógeno e, possivelmente, o primeiro hippie brasileiro, Serguei honrou aspectos característicos do novo estilo musical do qual foi embaixador, como a transgressão de regimes opressivos, a psicodelia e a liberdade de expressão. O “cantor alucinado”, como foi chamado pela imprensa, demonstrou coragem em protestar a favor da libertação do comportamento, da vestimenta, da linguagem e da sexualidade durante a o período da Ditadura Militar, tanto em sua música quanto nas ruas, e expressou seu estilo subversivo e sua pansexualidade abertamente em meio ao período de repressão.

Foto: Divulgação

Ao longo da carreira o artista fez amizade com nomes de relevância no meio, como Jimi Hendrix , Jim Morrison e Janis Joplin, cantora com a qual teve um affair. A repercussão que esse caso causava foi aproveitada por Serguei de modo a objetificar a artista, tendo utilizado diversas vezes uma camiseta contendo uma frase objetificante sobre a relação que teriam tido, em um contexto em que não havia o devido combate a esse tipo de conduta masculina.

Serguei lançou 11 discos em sua carreira, se apresentou em quatro edições do Rock in Rio e desfilou na comissão de frente junto a Mocidade Independente de Padre Miguel em 2013, quando a escola apresentou um enredo dedicado ao evento de rock na Marquês de Sapucaí.

Nesse dia, 7 de junho, em 2019, Serguei veio a falecer, aos 85 anos, em decorrência de uma falência múltipla dos órgãos. O artista transformou sua casa no Templo do Rock, que virou uma atração turística, onde recebeu fãs e interessados pelo gênero musical em geral, mostrando fotos, discos e contando histórias sobre sua vivência. O museu do rock atualmente é Patrimônio Cultural da cidade de Saquarema.

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