
Semana da Sociobiodiversidade reúne 300 lideranças em Brasília para fortalecer economias da floresta rumo à COP30
A maioria dos participantes são de territórios da Amazônia e Reservas Extrativistas Marinhas e Costeiras de todo o país. A programação envolve plenárias, rodas de conversa, encontros setoriais e atos públicos.
Até a próxima sexta-feira (5), Brasília é palco da II Semana da Sociobiodiversidade, que reúne mais de 300 lideranças, juventudes, coletivos e organizações extrativistas de todas as regiões do país. A programação inclui amplos debates, mobilizações nas ruas, sessão solene no Congresso Nacional e diversas iniciativas que reforçam o protagonismo dos povos e comunidades tradicionais.
O encontro é coordenado pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e a Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos (CONFREM), com o apoio de mais de 25 organizações socioambientais.
Sob o tema “Fortalecendo Economias Sustentáveis, Pessoas, Culturas e Gerações”, o evento tem como objetivo principal debater e formular propostas para o fortalecimento das economias da sociobiodiversidade, valorizando territórios tradicionais e modos de vida sustentáveis.
“Nossa missão é uma só: pensar soluções que conciliam desenvolvimento socioeconômico, reconhecimento da importância de conhecimentos tradicionais e a interdependência entre a conservação dos ecossistemas e a equidade social”, afirma o secretário-geral do CNS, Dione Torquato.
A maioria dos participantes são de territórios da Amazônia e Reservas Extrativistas Marinhas e Costeiras de todo o país. A programação envolve plenárias, rodas de conversa, encontros setoriais e atos públicos. Entre os principais temas em discussão estão mudanças climáticas e seus impactos nas economias da sociobiodiversidade, estratégias rumo à COP30, fortalecimento das organizações comunitárias, políticas públicas voltadas para territórios tradicionais, entre outros.
“Queremos discutir quais são as políticas públicas comunitárias e, a partir disso, como avançar de maneira coletiva em uma pauta que coloque as economias da sociobiodiversidade como uma solução viável. Não se trata apenas de garantir o modo de vida e uma melhoria para as pessoas que vivem debaixo da floresta, mas também de colocar as economias da sociobiodiversidade como uma alternativa política de enfrentamento às mudanças climáticas — que são muito impactantes e nos deixam em um caminho de grandes incertezas”, finaliza.

Programação
A II Semana da Sociobiodiversidade é realizada desde segunda, 1º de setembro, e segue até sexta-feira, dia 5, no hotel fazenda Pousada do Angicos, localizado no Núcleo Rural Alexandre Gusmão — região de Brazlândia.
O evento começou com a abertura do III Encontro Nacional de Juventude, com jovens extrativistas, indígenas, ribeirinhos e quilombolas abordando seu protagonismo em agendas socioprodutivas relacionadas aos interesses das populações tradicionais, como a consolidação das Reservas Extrativistas (RESEX), Terras Indígenas (TIs) e outros territórios.
Na terça (2/9), às 9h, ocorreu a abertura oficial da II Semana da Sociobiodiversidade. Depois, a partir das 14h, o público segue para debates setoriais, divididos entre: o III Encontro Nacional da Juventude; pré-COP dos Oceanos (coordenada pelo Coletivo de Pesca Artesanal Extrativista Marinho-Costeira); 14ª reunião do Coletivo do Pirarucu; reunião do Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA) e mobilizadores das regionais castanheiras; além de uma reunião do Coletivo da Borracha.
Na quarta (3/9), a programação inicia às 9h com a continuidade dos eventos setoriais, seguindo até o fim da tarde com os encaminhamentos, a definição da estrutura de apresentação e a sistematização das demandas para a “Carta da Semana da Sociobiodiversidade 2025”. Além disso, entre 10h e 18h, a juventude participará de uma oficina sobre Comunicação.
Na quinta (4/9), às 9h, haverá uma roda de conversa sobre Financiamento Climático e plenária com as empresas parceiras. A partir das 14h, haverá uma sessão solene no Congresso Nacional, seguida de uma marcha em alusão ao Dia da Amazônia, na Esplanada dos Ministérios, às 16h. Além disso, acontecerá a campanha “A Resposta Somos Nós”, uma manifestação que conectará a agenda da sociobiodiversidade à mobilização global pela COP30, na Praça dos Três Poderes.

No último dia, sexta (5/9), às 9h, acontece a plenária “Pactuação e Compromissos – avanços e desafios na agenda da sociobiodiversidade”, com participação do SBioeonomia, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Já, às 11h, o público acompanha uma plenária sobre “Mudanças Climáticas e a garantia dos territórios Tradicionais no Brasil”.
A partir das 12h, acontecem os lançamentos da “Carta da Semana da Sociobiodiversidade 2025” e de outros dois documentos reivindicativos: “Carta da Juventude: Rumo à COP30” e a “Carta da CONFREM Brasil: pré-COP dos Oceanos”. Outros destaques da programação são: o lançamento do livro do Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio) e do programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) Comunidades, uma reivindicação das populações extrativistas.
Entre às 14h e 16h, a programação segue com uma plenária com a participação de representantes de ministérios e entrega da Carta da Semana da Sociobiodiversidade 2025”.
O evento encerra com a Feira da Sociobiodiversidade, onde serão vendidos produtos de territórios extrativistas, reforçando a importância da floresta em pé e os benefícios que ela traz para a segurança alimentar, a saúde, a cultura e o sustento financeiro dos povos tradicionais. A entrada é livre para todos os públicos.
Realização
A segunda edição da Semana da Sociobiodiversidade é uma iniciativa coordenada pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos (CONFREM), com apoio do Memorial Chico Mendes (MCM), Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio), Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA), Operação Amazônia Nativa (OPAN), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), World Wildlife Fund Brasil (WWF), Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Instituto Socioambiental (ISA), Coletivo do Pirarucu, Coletivo da Castanha, Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), Fundação Moore, Instituto Juruá, Gosto da Amazônia, Wildlife Conservation Society (WCS), Aliança Águas Amazônidas, Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA), Rainforest, Conexsus, Michelin Brasil, Amazon Investor Coalition, GIZ Brasil, Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, entre outros.