O crime aconteceu no final do mês passado, quando Lashun Rodgers (vítima) e Lariska Isaac (mãe) entraram em uma discussão durante um churrasco do bairro. De acordou com declarações de prisão, as duas mulheres começaram a gritar uma com a outra sobre um post de uma rede social. Testemunhas contaram que logo os gritos se tornaram físicos, Lariska Isaac teria dado um soco em Rodgers, que revidou.

Em um ponto da briga, Lakrisha Isaac entregou à filha uma bolsa que continha uma arma de fogo, de acordo com o depoimento. Enquanto a briga continuava, segundo a polícia, a menina de 10 anos disparou dois tiros, atingindo Rodgers na cabeça.

Uma testemunha disse à polícia que Isaac gritou: “Você atirou na senhora!” Então a testemunha ouviu a criança gritar: “Você não deveria ter mexido com a minha mãe!”

A criança disse em depoimento às autoridades que viu Rodgers cortar a cabeça de sua mãe com uma pedra durante a briga, embora Isaac mais tarde tenha dito à polícia que ela não havia sido atingida ou cortada. A garota acrescentou que ouviu Rodgers ameaçando “chamar a sua família” para agredir a mãe.

“Ao ouvir isso, [a menina de 10 anos] disse que ficou com raiva, devido a problemas de raiva”, afirma o depoimento. “Ela atirou uma vez e viu Rodgers cair. [A criança] sabia que atingiu Rodgers na cabeça e afirmou que estava ciente de que a mulher havia falecido após o tiroteio.”

A garota pode enfrentar uma acusação de assassinato em segundo grau, ou seja, quando o crime não é premeditado.

“Este tiroteio é uma tragédia inimaginável que desafia soluções fáceis”, disse a procuradora estadual do Nono Circuito Judicial da Flórida, Monique H. Worrell, em comunicado divulgado ontem. “Nosso escritório prosseguirá com cuidado, e nosso foco principal será fazer o que pudermos para apoiar a família da Sra. Rodgers, proteger o público e melhorar a saúde desta criança daqui para frente”.

Já a mãe, Lakrisha Isaac, está sob custódia e enfrenta uma série de acusações, entre elas a de homicídio culposo por negligência, agressão agravada com arma de fogo, negligência infantil e armazenamento negligente de arma de fogo.

Lembrando que nos Estados Unidos mortes por armas de fogo se tornaram bastante comuns e estão diretamente ligadas a uma política altamente armamentista. A questão é tão enraizada no país, que manter e portar armas é um direito fundamental protegido pela Constituição. Além disso, a falta de regulamentação permite que vários estados não exijam licença de porte de arma, o acesso é tão facilitado que armas são vendidas em lojas comuns e adquiridas inclusive por menores de idade.

 

Mapa El Ordem Mundial da porcentagem de adultos que possuem armas de fogo nos EUA com dados de 2015

Assim como o massacre da Unvalde, Texas, este episódio é mais um exemplo da urgência da tomada de medidas muito mais duras em relação ao controle de armas nos Estados Unidos. E mesmo depois de tantos exemplos, a luta pela regulamentação das armas de fogo ainda não conseguiu vencer o lobby da indústria armamentista no país.

Com informações de The Washington Post e BBC News