Por Mariana Walsh

Durante os jogos disputados pela primeira fase da Liga das Nações no Estádio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, jogadoras e torcida foram os protagonistas de um show. Dentro de quadra, quatro grandes vitórias e nenhuma derrota. Fora dela, uma campanha necessária, lançada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), contra o preconceito, e uma homenagens as jogadoras olímpicas coroaram a passagem da seleção feminina em solo carioca, que só não pode ser caracterizada como incrível por conta da triste lesão sofrida pela central Júlia Kudiess. 

SELEÇÃO COM SEDE DE VITÓRIA

Se para algumas seleções a Liga das Nações deste ano é apenas uma preparação para os Jogos Olímpicos, o time brasileiro está na disputa com foco no título. E a primeira fase da competição, apenas comprovou tal realidade. Quatro vitórias em quatro jogos, 100% de aproveitamento e liderança da competição. As brasileiras garantiram vitórias importantes contra o Canadá, a Coreia do Sul, os Estados Unidos e a Sérvia. 

Independente das equipes adversárias estarem ou não com força máxima, os resultados e a postura das jogadoras, dentro e fora da quadra, chamam atenção e animam o torcedor brasileiro. A expectativa é ver a seleção feminina voltar ao lugar mais alto do pódio em uma grande competição.

Em entrevista na zona mista, a capitã Gabi Guimarães afirmou que o time está unido e em busca do título inédito da Liga das Nações e do ouro olímpico. 

“Independente se é para entrar e fazer um saque ou fazer uma defesa… É fazer o nosso melhor, porque esse grupo quer vencer uma grande competição! O nosso grande objetivo, é sem dúvida nenhuma, é seremos campeãs olímpicas em Paris, mas nós também querem vencer a VNL”

“COM O PRECONCEITO NÃO TEM JOGO”

Para abrilhantar ainda mais a festa que aconteceu no Maracanãzinho, a CBV lançou uma campanha contra o preconceito, que visa combater as mais diversas formas de discriminação dentro do vôlei. Uma camisa que traz diversas bandeiras da comunidade LGBTQIA+ foi lançada e utilizada pelas líberos Natinha e Nyeme nos jogos contra os Estados Unidos e a Sérvia. Além disso, um vídeo especial foi veiculado nas redes sociais.

A iniciativa acontece dois meses após o jogador Anderson Melo sofrer ataques homofóbicos durante uma partida do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia.

Foto: Maurício Val/FV Imagens/CBV

GERAÇÕES OLÍMPICAS 

No intervalo do jogo de domingo (19), contra a Sérvia, a CBV trouxe a quadra as diversas gerações de jogadoras que já representaram o Brasil nos Jogos Olímpicos. Uma linda homenagem a história tão vitoriosa do vôlei feminino brasileiro, que reconhece o presente como fruto da dedicação de cada uma delas. 

Crédito: Maurício Val/FV Imagens/CBV

LESÃO DE JULIA KUDIESS 

A jovem central, de apenas 21 anos, sofreu torceu o joelho logo no início da partida contra a Sérvia, no domingo (19), e saiu de quadra chorando. Mais tarde, após realização de exames, a CBV confirmou que a atleta sofreu uma lesão ligamentar e uma microfratura do platô tibial. Com isso, ela fica de fora do restante da Liga das Nações. A jogadora, que começou como titular em todas as partidas da seleção nesta primeira fase, vivia grande fase e estava se destacando na briga por uma vaga no time que irá aos Jogos Olímpicos.