Seca na Amazônia encarece preços dos alimentos e põe em risco a segurança alimentar das populações
O governador do Amazonas alerta que a seca pode se agravar em 2024 devido ao baixo nível atual dos rios
A seca na Amazônia está afetando muitas comunidades. “Antes víamos eventos extremos acontecerem a cada 15 anos. Hoje não, vemos acontecer a cada cinco anos e às vezes até menos”, diz José Genivaldo Moreira, professor da Universidade Federal do Acre (UFAC).
Apesar da Amazônia concentrar 20% de toda a água doce do mundo, milhares de pessoas da região estão neste momento sem acesso a água para atender às suas necessidades básicas.
“Na zona urbana, há um aumento das doenças respiratórias devido às queimadas e alto risco de desabastecimento de água na capital. Temos nos desdobrado para manter o abastecimento nos bairros onde a água não tem pressão suficiente, mas os caminhões-pipa já estão sendo insuficientes para a demanda “, disse o tenente-coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil em Rio Branco, no Acre.
Além da água, a estiagem também está dificultando o abastecimento de alimentos em algumas localidades. “Houve uma alta nos preços dos produtos em torno de 40%, porque as embarcações grandes não estão chegando”, afirma Vanessa Reis, moradora de Benjamin Constant, no Amazonas.
Com seu pequeno negócio de papelaria, Vanessa atendia encomendas de cidades do entorno, mas precisou interromper a atividade devido à alta do frete.
Agora, ela apenas cria os produtos e auxilia os clientes a imprimir por conta própria – mas, com isso, perdeu bastante receita.
“Pagamos aluguel, combustível e nosso negócio ajudava a aliviar o orçamento. Agora estamos fazendo controle de gastos – por exemplo, a gente não janta mais, só fazemos um lanche à noite”, afirma.
Cerca de 633 mil pessoas foram afetadas pela seca na Amazônia até agora, e esse número pode dobrar até o fim do ano, segundo a Defesa Civil.
O governador do Amazonas alerta que a seca pode se agravar em 2024 devido ao baixo nível atual dos rios.
Via BBC News.