Seca desafia eleições na Amazônia: mais de meio milhão de eleitores podem ter dificuldades em votar
A escassez hídrica afeta o rio Xingu e seus afluentes, impactando diretamente o transporte fluvial, essencial para o deslocamento nas comunidades ribeirinhas
Mais de meio milhão de eleitores ribeirinhos e de comunidades da Amazônia, devem enfrentar dificuldades para votar no próximo domingo (6), em razão da seca que atinge várias regiões da Amazônia. O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) estima que serão mais de 40 mil, e 116 locais de votação estão comprometidos, principalmente nas regiões do Baixo Amazonas e do Arquipélago do Marajó. Para garantir a logística eleitoral, o órgão adotou medidas inéditas, como o uso de carroças e embarcações de pequeno porte, já que muitas áreas ficaram isoladas pela falta de água nos rios.
A escassez hídrica afeta o rio Xingu e seus afluentes, impactando diretamente o transporte fluvial, essencial para o deslocamento nas comunidades ribeirinhas. Em Anapu, por exemplo, moradores como Rosilene Sousa dos Santos relatam dificuldades severas. Ela explica que o tráfego pelo rio Bacajá está praticamente impossível, forçando os eleitores a buscar alternativas terrestres, o que aumenta o desafio para chegar aos locais de votação.
Situações semelhantes também são observadas em outras regiões da Amazônia. No Amazonas, a seca no rio Solimões tem afetado o transporte de eleitores em municípios como Tefé e Coari, enquanto no Acre, comunidades isoladas enfrentam dificuldades para acessar urnas devido à baixa dos rios Purus e Juruá. A logística nessas áreas, dependente de embarcações, também precisou ser reforçada com o uso de barcos menores e transporte aéreo em alguns casos.