Sarau homenageia lésbicas vitimadas pelo regime nazista
Evento é gratuito e ocorre hoje, 22 de janeiro, no Museu Judaico de São Paulo
Neste domingo (22), de 16h às 18h, o Museu Judaico de São Paulo sediará uma homenagem às lésbicas vitimadas pelo regime nazista. O evento contará com uma exibição de curtas-metragens, seguida de apresentação sobre o contexto histórico. O ponto alto do encontro será o recital de poesias, feito por lésbicas judias. São elas: Hanna Korich, Martina Davidson e Rivka Ramos Mendes. Nos intervalos das leituras, o público será convidado a apresentar suas impressões sobre os poemas e dialogar com as escritoras.
O Museu Judaico de São Paulo fica na rua Martinho Prado, 128, Bela Vista. A entrada é gratuita.
O evento ocorre em janeiro pois este é o mês internacional da lembrança das vítimas do holocausto – termo como ficou conhecido o genocído do povo judeu pelo regime nazista. No entanto, embora não se fale muito, outros grupos sociais também foram perseguidos. Entre eles, estão as lésbicas.
As penalidades aplicadas incluíam desde censura a jornais lésbicos, até prisões e casamentos forçados. Nos casos das que eram enviadas a campos de concentração, as detenções eram justificadas com base em ‘conduta associal’ ou ‘dissidência política’. Isso é o que mostram, por exemplo, estudos como os das historiadoras Claudia Schoppmann e Laurie Marhoefer.
Com o recente crescimento de pesquisas e ações voltadas para a diversidade sexual e de gênero, essas histórias têm sido revisitadas inclusive por segmentos da comunidade judaica. E é nesse contexto que o sarau se insere. O evento é uma organização conjunta do MUJ com o Arquivo Lésbico Brasileiro (ALB) e o Gaavah – Coletivo LGBQTIA+ do Instituto Brasil-Israel (IBI).
Sobre as convidadas
Hanna Korich é editora e advogada, fundadora da Brejeira Malagueta (primeira casa editorial lésbica da América Latina) e diretora do documentário “Cassandra Rios – A safo de perdizes” (2013).
Martina Davidson é poete, militante em prol da libertação animal, anarquista e autore de “Declararam Guerra Contra a Ilha Sapatão”, publicado pela editora Ape’ku.
Rivka Ramos Mendes é poete, escreve em iídiche e português. É médique e tradutore, autore do livro “Na língua calcinada”, ainda inédito.