São Paulo registrou pela segunda vez consecutiva a tarde mais quente do ano, com temperaturas chegando a 35,8°C nesta quarta-feira (25). O recorde supera os 35,1°C da terça-feira (24), ambos medidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Além de desconforto, essa repetição de picos de calor levanta preocupações sobre os impactos das mudanças climáticas e o aumento da frequência de eventos extremos.

Essas altas temperaturas não são um fenômeno isolado. Em 2024, o estado de São Paulo já enfrentou sete ondas de calor, com o noroeste paulista marcando 42°C em Valparaíso na terça-feira. O aumento das ondas de calor é um dos sinais mais evidentes do aquecimento global, causado pela intensificação do efeito estufa. Esses eventos ocorrem quando a temperatura permanece 5°C acima da média por pelo menos cinco dias consecutivos, fenômeno que tem se tornado cada vez mais comum no Brasil.

Meteorologistas explicam que essas ondas de calor estão relacionadas a bloqueios atmosféricos, que impedem a chegada de frentes frias e dificultam a formação de nuvens, deixando o ar seco e o calor mais intenso. Esse padrão climático não só aumenta as temperaturas, mas também agrava a crise de umidade em grandes centros urbanos, como São Paulo, onde a umidade relativa do ar caiu para preocupantes 15% nesta semana, colocando a cidade em estado de alerta.

Esses recordes consecutivos e a queda da umidade trazem à tona outra consequência das mudanças climáticas: o aumento no risco de queimadas. A Defesa Civil de São Paulo emitiu alertas para 48 municípios nesta semana, enquanto focos de incêndio foram detectados em várias regiões. O clima seco e a vegetação vulnerável criam um cenário propício para a propagação de incêndios, o que já preocupa especialistas sobre os impactos ambientais e sociais.