Samples: inspiração e reinvenção na música 

Por Luana Neves

Já ouviu falar em sample? Se você é fã de música, com certeza já se deparou com esse termo, mas talvez não saiba exatamente o que ele significa.  

Quando ouvimos aquela batida familiar em uma música nova, é possível que estejamos diante de um sample. Os samples são trechos de músicas ou sons pré-existentes reutilizados em novas produções musicais. Como peças de um quebra-cabeça que, quando colocadas juntas, criam algo totalmente novo. Usar samples é uma prática muito comum na música, principalmente no rap, funk e pop. 

Na música brasileira, é comum reconhecer trechos de instrumentais clássicos em canções atuais, como “Sujeito de Sorte” (1976) de Belchior em AmarElo (2019), do Emicida. Mas existem várias razões pelos quais artistas recorrem à utilização de samples como evocar o passado, homenagear um artista ou ainda enriquecer a sonoridade, misturando ritmos e referências. 

Mas isso não é plágio? 

Não! A música é um ciclo contínuo de inspiração e reinvenção, e os samples são uma prova disso. O uso de samples, quando feito corretamente, envolve autorização e reconhecimento da obra original, além de um novo arranjo criativo. Para um sample ser considerado legal, é preciso que o artista que está utilizando o trecho tenha a autorização do autor original. Isso envolve questões de direitos autorais regulamentado por leis específicas. 

Um exemplo clássico é “Crazy in Love” da Beyoncé, que usa um trecho da música “Are You My Woman?” da banda The Chi-Lites. Aqui, o produtor pegou uma batida e a transformou em algo inovador, mantendo o devido crédito aos criadores originais.

Por outro lado, na música “Somebody That I Used To Know”, de Gotye, o artista sampleou a canção brasileira “Seville”, de Luiz Bonfá, sem dar os devidos créditos, o que é considerado plágio. Neste caso, os detentores dos direitos da música de Luiz Bonfá moveram um processo, venceram e receberam uma indenização, além dos devidos créditos (Fonte: Revista Exame).