Nos últimos dias, várias cidades do Rio Grande do Sul, incluindo Pelotas, São Lourenço do Sul e Arroio do Meio, registraram um fenômeno inusitado conhecido como “chuva preta”. A precipitação com coloração escura, que persistiu em alguns locais por dois dias consecutivos, foi causada por partículas de fumaça e fuligem presentes na atmosfera. Em São José do Norte, moradores capturaram o fenômeno em baldes e piscinas, compartilhando imagens nas redes sociais que evidenciam o impacto da poluição no clima.

A origem da “chuva preta” está relacionada aos incêndios que assolam diversas regiões do Brasil, principalmente no norte e centro-oeste, cuja fumaça densa chegou até o Rio Grande do Sul. A presença dessas partículas na atmosfera também gerou efeitos visíveis, como sol avermelhado e céu acinzentado, e piorou consideravelmente a qualidade do ar. Em Porto Alegre e outras cidades, os índices de poluição atingiram níveis insalubres, conforme relatado pela plataforma IQAir.

A previsão meteorológica para os próximos dias é de continuidade das chuvas no estado, com o fenômeno podendo se repetir até o domingo. A MetSul Meteorologia alertou que a chegada de uma frente fria entre quinta (12) e sexta-feira (13) trará maior risco de temporais e queda de granizo, o que pode intensificar a ocorrência de chuva preta, especialmente na metade norte do estado, incluindo a capital, Porto Alegre.

Além disso, a MetSul indicou que, em algumas regiões do norte do Rio Grande do Sul, o odor de vegetação queimada poderá ser sentido, resultado direto das queimadas no centro-oeste do país. Outro efeito previsto é a redução da luminosidade durante o dia devido à concentração de fumaça, tornando o cenário ainda mais dramático para os moradores.

Com a situação, a população gaúcha continua exposta a uma atmosfera poluída e a eventos climáticos adversos, que reforçam a urgência de ações mais efetivas no combate aos incêndios em outras regiões do Brasil.