Rio Grande do Sul confirma segunda morte por leptospirose em meio a catástrofe climática
A leptospirose representa um risco adicional em meio às enchentes, com a exposição à água contaminada
A recente catástrofe climática que devastou o Rio Grande do Sul não apenas deixou um rastro de destruição, mas também desencadeou uma preocupante crise de saúde pública, com o aumento dos casos de leptospirose, uma doença infecciosa transmitida pela urina de animais, especialmente ratos. O estado contabilizou duas mortes até o momento, a mais recente delas sendo a de um homem de 33 anos, residente da cidade de Venâncio Aires. A primeira vítima foi um homem de 67 anos, do município de Travesseiro, no vale do Taquari.
A situação alarmante levou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a se pronunciar sobre a questão. Ela destacou que, apesar dos desafios enfrentados, o sistema de saúde do estado ainda não entrou em colapso. O governo estadual e os municípios têm implementado medidas preventivas, incluindo ações de profilaxia contra a leptospirose, visando conter a propagação da doença e evitar uma sobrecarga nos serviços de saúde.
“Neste momento, não podemos falar de colapso do sistema de saúde no Rio Grande do Sul”, afirmou a ministra. “Estamos trabalhando desde o início para evitar que isso aconteça. Este será nosso trabalho: impedir que isso aconteça.” Ela ressaltou a importância do fortalecimento das ações do Sistema Único de Saúde (SUS) em nível estadual e municipal para enfrentar os desafios impostos pela situação.
A leptospirose, uma doença aguda causada pela bactéria Leptospira, representa um risco adicional em meio às enchentes, com a exposição à água contaminada aumentando as chances de infecção. Os sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo e calafrios. O contágio ocorre pelo contato da pele com água contaminada ou por meio de mucosas.
Apesar do cenário preocupante, a ministra Trindade ressaltou que a automedicação ou a medicação em massa não são recomendadas neste momento. Ela enfatizou a importância da observação cuidadosa dos sintomas e da atenção especial às equipes de resgate, que estão mais expostas ao risco de infecção.
Diante da gravidade da situação, as autoridades de saúde reforçam a importância da prevenção, da vigilância dos sintomas e do apoio mútuo para enfrentar os desafios decorrentes das enchentes. O trabalho conjunto entre governo federal, estadual e municipal é fundamental para garantir a proteção da população e mitigar os impactos sobre a saúde pública em meio a esta crise.
Até o momento, as autoridades registram mais de 157 mortes, enquanto 1,5 milhão de pessoas estão sendo atingidas de alguma forma.