Nesta quarta-feira (7), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fará um ato em frente ao B Hotel, em Brasília, por volta das 13h, para reivindicar participação popular nas novas negociações sobre a reparação das mineradoras pela tragédia em Mariana (MG).

Na ocasião, os Governos Federal, de Minas Gerais (MG) e do Espírito Santo (ES), as mineradoras e as instituições de justiça estarão reunidos no B Hotel, que fica na Asa Norte, para uma nova rodada da mesa de Repactuação. As mineradoras buscam fechar um acordo de R$ 100 bilhões, o que não é aceitável diante do volume de crimes e percas provocadas, de acordo com o MAB.

Antes do ato, o grupo fará uma parada na sede do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), por volta das 9h. “Queremos denunciar a intervenção da BHP Billiton no direito dos atingidos, pagando R$ 6 milhões ao IBRAM para mover uma ação no STF contra os municípios que buscam indenizações através da justiça inglesa”, disse Thiago Alves, integrante da coordenação do MAB.

À tarde, por volta das 15h30, integrantes do movimento irão até o Palácio do Planalto para entregar uma carta ao Presidente Lula para denunciar a péssima proposta das mineradoras para a reparação, e a falta de participação dos atingidos nas mesas de Repactuação.

Crime ambiental de Mariana

A tragédia-crime ocorreu em novembro de 2015. O rompimento de uma barragem da Samarco no município de Mariana, em Minas Gerais, liberou uma avalanche de rejeitos, causando 19 mortes e gerando impactos profundos para populações de dezenas de cidades mineiras e capixabas ao longo da bacia do Rio Doce.

Poucos meses após o episódio, as mineradoras, a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo firmaram um acordo de reparação que ficou conhecido com Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC). Com base nele, foi criada a Fundação Renova. Ela assumiu a gestão de mais de 40 programas, cabendo às mineradoras o custeio de todas as medidas.

Porém, passados mais de oito anos, a atuação da entidade é alvo de diversos questionamentos judiciais por parte dos atingidos, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e do Ministério Público Federal (MPF). Há discussões envolvendo desde a demora para a conclusão das obras de reconstrução dos distritos arrasados na tragédia até os valores indenizatórios.