Por Ana Beatriz Alves, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

A maratona olímpica de Tóquio 2020 foi um evento repleto de emoção, superação e histórias inspiradoras. Realizada na cidade de Sapporo, no norte do Japão, a corrida foi marcada por desafios climáticos, com temperaturas e umidade altas, que testaram ao máximo a resistência dos atletas. Representando o Brasil, tivemos Paulo Roberto Paula, que ficou em 68° lugar e, Daniel Ferreira e Daniel da Silva, que não terminaram a corrida.

Pensando que a maratona olímpica de Paris 2024 começa neste sábado (10), vamos relembrar o que rolou na histórica competição da capital japonesa?

O espírito olímpico entre o belga e o holandês

Nos momentos finais da maratona masculina, houve um momento comovente de empatia quando o segundo colocado, o holandês Abdi Nageeye, encorajou seu amigo Bashir Abdi da Bélgica a garantir um lugar no pódio. Virando-se para olhar para trás, Nageeye viu Abdi e Lawrence Cherono do Quênia lutando pelo bronze. O holandês começou a estimular seu parceiro de treino Abdi a permanecer à frente de seu rival queniano, girando constantemente por cima do ombro e acenando com a mão. Encontrando sua última gota de força, Abdi respondeu e disparou passando por Cherono para levar a medalha do terceiro lugar disponível. Nageeye e Abdi abraçaram-se na linha de chegada, foi um momento lindo.

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Zebra na maratona feminina

Como nada é previsível nas Olimpíadas, uma virada surpreendente ocorreu. A queniana Peres Jepchirchir levou a medalha de ouro em sua primeira Olimpíada com um tempo de 2:27:20, seguida por sua compatriota Brigid Kosgei, que era a atual recordista mundial.O desempenho de Jepchirchir foi particularmente impressionante, considerando que ela superou a forte concorrência e as condições desafiadoras para conquistar a vitória, e subir ao lugar mais alto do pódio.

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Mudanças devido à temperatura extrema

A largada da maratona de Tóquio foi antecipada para 1 hora mais cedo do que o esperado, às 6 da manhã para tentar evitar um pouco o calor extremo do verão japonês. Os corredores estavam visivelmente focados, sabendo que a corrida exigiria não apenas velocidade, mas também uma estratégia inteligente para lidar com o clima adverso. A cidade de Sapporo, escolhida para sediar a maratona devido às temperaturas mais amenas em comparação a Tóquio e mesmo assim apresentou desafios consideráveis.

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Surpresa! Molly Sidiel

A americana Molly Seidel, em sua estreia olímpica, surpreendeu a todos ao conquistar a medalha de bronze com um desempenho notável. Seidel, que era relativamente desconhecida no cenário internacional antes dos Jogos, correu com uma incrível determinação e estratégia, garantindo seu lugar no pódio e se tornando uma sensação imediata. Infelizmente, uma lesão no joelho tirou a atleta da classificação para os Jogos de Paris.

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A quebra do recorde de Suguru Osako

O japonês Suguru Osako, uma das esperanças locais, terminou em sexto lugar com um tempo de 2:10:41. Embora não tenha conquistado uma medalha, Osako foi ovacionado pelos espectadores japoneses, orgulhosos de seu esforço e determinação. Seu desempenho foi um destaque local e mostrou o quanto os atletas japoneses se dedicaram para representar seu país em casa. Ele que, durante as maratonas para a classificação de Tóquio 2020, quebrou o recorde do Japão na Maratona de Tóquio terminando em quarto lugar no Japão com um recorde nacional de 2 horas, 5 minutos e 29 segundos.

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E por último, mas não menos importante, não poderíamos deixar de falar dele: o bicampeão olímpico:

A lenda do Quênia, Eliud Kipchoge

O maratonista, mais uma vez, provou por que é considerado o maior de todos os tempos. Kipchoge liderou a corrida magistralmente, mantendo um ritmo constante e se distanciando do pelotão a partir da metade da prova. Seu desempenho impecável culminou em uma vitória com um tempo de 2:08:38, garantindo sua segunda medalha de ouro olímpica consecutiva. É para poucos!

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