Um relatório da Nasa, agência espacial norte-americana, revela um cenário alarmante para o Brasil: dentro de 50 anos, aproximadamente em 2070, o país poderá se tornar inabitável devido aos efeitos do aquecimento global.

Além do Brasil, entre as regiões mais afetadas estão também o sul da Ásia, o Golfo Pérsico e a China.

Para este trabalho foram analisadas não somente os extremos de calor, mas também a umidade do ar, através do bulbo úmido.

Esta medida considera o conforto térmico já que, embora o ar seco possa ser desagradável, é a umidade que aumenta significativamente a sensação de calor. Isso acontece porque a transpiração é um dos principais mecanismos de resfriamento do corpo humano. Porém, quando está muito úmido, o suor não evapora e isso faz com que o calor não seja dissipado.

Conforme a pesquisa, publicada na revista científica Science Advances e conduzida por Colin Raymond do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, termômetros acima de 37ºC com umidade do ar igual ou superior aos 70% podem causar a morte precoce em até seis horas de exposição.

O que diz a OMS

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o estresse pelo calor é a principal causa de mortes relacionadas ao clima e pode agravar doenças subjacentes, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, saúde mental, asma, e pode aumentar o risco de acidentes e transmissão de algumas doenças infecciosas.

Entre 2000 e 2019, estudos mostram que aproximadamente 489 mil mortes relacionadas ao calor ocorrem a cada ano, com 45% delas na Ásia e 36% na Europa.

A insolação é uma emergência médica com uma alta taxa de mortalidade, já que mortes e hospitalizações causadas por calor extremo ocorrem rapidamente (no mesmo dia e nos dias seguintes), o que significa que as intervenções também precisam ser rápidas quando um alerta de calor é emitido.