A relatora especial da ONU sobre racismo, Ashwini K.P., emitiu um alerta grave sobre a crescente influência de grupos neonazistas no Brasil, com um foco particular em Santa Catarina. Em uma coletiva de imprensa realizada no Rio de Janeiro, ela expressou preocupação com a insuficiência das medidas governamentais contra o racismo e o progresso lento nas políticas de igualdade racial. A informação foi publicada pelo jornalista Jamil Chade em sua coluna no UOL.

Durante sua recente missão ao país, Ashwini K.P. observou a disseminação de discursos de ódio e islamofobia, que representam uma ameaça significativa ao tecido social e reforçam o racismo sistêmico.

De acordo com a relatora, a falta de dados detalhados sobre o racismo e a baixa taxa de processos judiciais contribuem para uma cultura de impunidade. Ela criticou a legislação em Santa Catarina, apontando que as leis atuais são inadequadas para enfrentar as ideologias extremistas.

A relatora pediu ao governo federal que adote medidas mais robustas e imediatas para combater esses grupos e melhorar a proteção de candidatos de minorias durante o período eleitoral.

Ashwini K.P. também abordou a persistência do racismo sistêmico no Brasil, destacando a necessidade de reformas urgentes e transformadoras.

Ela ressaltou que a opressão de afrodescendentes, povos indígenas e comunidades marginalizadas é uma continuidade dos legados coloniais e escravistas. A relatora chamou a atenção para a violência policial e o encarceramento em massa, sugerindo a implementação de câmeras nos uniformes dos policiais para garantir maior transparência.