Reintegração de posse do povo Pataxó está marcada para esta quinta-feira
Caciques avisam que irão resistir!
Caciques avisam que irão resistir!
No dia 20 de agosto uma decisão liminar foi expedida autorizando uma reintegração de posse em uma área localizada entre os municípios de Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. Essa área faz parte do território Ponta Grande, retomado por indígenas do povo Pataxó.
A região é onde está localizada a Aldeia Novos Guerreiros, que fica nessa área onde foi determinada a reintegração e onde vivem 24 famílias indígenas. Essa mesma área está passando por um processo pela FUNAI para que seja demarcada terra indígena, atualmente na fase do estudo antropológico.
O “Fly Clube” – empresa Sky Dream Escola de Pilotagem – reivindica a terra, pois segundo eles atrapalha o funcionamento do aeródromo privado e o andamento do seu negócio.
Essa reintegração de posse, se levada a cabo, desestabiliza a luta do povo Pataxó no reconhecimento de seus territórios e pode abrir precedentes pra reintegração de toda área, onde vivem cerca de 2500 pessoas em seis aldeias. Além disso, expõem todo o povo Pataxó da região, que agora se reúne para reivindicar seus direitos, há o risco de contágio pelo Covid-19 e a falta de assistência às famílias.
Essa decisão também vai contra a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu todos os processos e recursos judiciais sobre reintegração de posse ou anulação de demarcação de terras indígenas até o fim da pandemia.
O Movimento Unidos dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia e Conselho Indigenista Missionário entraram com uma ação no TRF para tentar derrubar liminar de Reintegração de Posse deferida pelo juiz Pablo Baldivieso. Em Brasília, a Defensoria Pública da União também entrou com recurso onde questiona o SFT sobre a arbitrariedade e desobediência de um juiz de instância inferior que desrespeitou uma decisão do Ministro Edson Fachin que proíbe Reintegração de Posse em Terras Indígenas até o fim da Pandemia.
Enquanto na Amazônia “passam a boiada” no sul da Bahia a especulação imobiliária passa por cima de direitos humanos e ambientais.
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