Refugiados da Faixa de Gaza enfrentam ameaças e xenofobia no Brasil
O governo brasileiro afirmou estar ciente dos ataques enfrentados por Hasan, mas, até o momento, tanto o Itamaraty quanto o Ministério dos Direitos Humanos não emitiram um posicionamento oficial sobre o caso.
Na busca por refúgio e segurança, brasileiros que escaparam dos horrores da guerra na Faixa de Gaza agora se veem diante de um novo desafio em sua própria terra. Hasan Rabee e sua família, entre os 28 recém-chegados ao Brasil, solicitaram oficialmente proteção ao estado brasileiro nesta semana, após enfrentarem ameaças, xenofobia e campanhas difamatórias nas redes sociais.
“Saímos da guerra para nos sentir seguros em nosso país, e agora, aqui, não conseguimos ter segurança, [sofremos] xenofobia, ameaças”, lamentou Hasan Rabee.
As redes sociais se tornaram palco de ataques direcionados a Hasan, com mensagens ameaçadoras e campanhas de ódio.
A operação de pedido de proteção está sendo conduzida por Talitha Camargo da Fonseca, especialista em direito público e defensora dos direitos humanos. Ela destaca a ironia de Hasan, que, inicialmente, utilizava sua conexão à internet estável para divulgar a violência em Gaza, tornando-se inadvertidamente um símbolo da defesa dos direitos humanos.
O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, é o sistema de proteção disponível para casos como o de Hasan. Este programa tem como objetivo oferecer proteção a defensores de direitos humanos, comunicadores e ambientalistas em situação de risco ou ameaça.
“O PPDDH visa proteger aqueles que estão em situação de vulnerabilidade devido às ameaças decorrentes de sua atuação em defesa dos direitos humanos”, explicou Thalita ao jornalista Jamil Chade, do UOL.
O governo brasileiro afirmou estar ciente dos ataques enfrentados por Hasan, mas, até o momento, tanto o Itamaraty quanto o Ministério dos Direitos Humanos não emitiram um posicionamento oficial sobre o caso.
*Com informações do UOL