Rayssa Leal e Chloe Covell : A nata do skate feminino em busca do pódio
As duas skatistas são favoritas ao ouro em Paris.
Por Raquel Lemos para a Cobertura Colaborativa da NINJA Esporte Clube
Os olhos do mundo estão voltados para Paris e para os Jogos Olímpicos de verão que acontecem na cidade luz. No Brasil, a expectativa é ver atletas consagrados em suas modalidades expandindo suas conquistas. Alguns esportes prometem disputas acirradas, é o caso do State Street, que conta com atletas brasileiros consagrados como Rayssa Leal.
O skate é uma das modalidades recém-inseridas nos Jogos Olímpicos. As primeiras provas ocorreram em Tóquio 2020, e Rayssa Leal, na época conhecida como “fadinha” e com apenas 13 anos, conquistou os corações dos brasileiros em uma disputa de pódio acirrada com as japonesas Momiji Nishiya e Funa Nakayama.
A adolescente de Imperatriz-MA, que já vinha chamando a atenção no mundo dos esportes, conquistou a primeira medalha de prata do skate olímpico, e tem se consagrado como uma das grandes atletas da geração.
Um pós-olímpico de ouro
Após fazer história em Tóquio 2020, Rayssa Leal ascendeu com inúmeras conquistas. Em 2021, foi prata na etapa de Jacksonville da Championship Tour do mundial da Street League Skateboarding (SLS). No ano seguinte venceu diversas etapas e conquistou o mundial da SLS, competição em que se tornou bicampeã em 2023. Foi campeã do X Games 2023, ouro nos Jogos Pan-Americanos 2023, e mais recentemente, venceu o torneio pré-olímpico em Xangai.
Essas e outras vitórias fazem de Rayssa uma das favoritas ao ouro na Olimpíada de Paris 2024. Não são apenas os números que indicam esse favoritismo, a postura adotada pela atleta nas competições é alvo de elogios e contribui com esses resultados.
Mesmo com todas essas conquistas e expectativas do público em torno do seu desempenho, Rayssa encara as competições como oportunidades para se divertir, característica que cativa quem assiste suas manobras. “É como se eu estivesse em um parque de diversões e apenas me divertindo”, disse em entrevista ao Olympics.
A australiana que promete emocionar
Enquanto Rayssa Leal fazia história com seu primeiro mundial da SLS, outra atleta chamava atenção conquistando o bronze no X Games 2022, em Chiba. Chloe Covell, a australiana que com apenas 12 anos, surpreendia com sua habilidade de andar switch (base trocada).
Em um ano, a menina que andava de skate de rua, se transformou em uma promessa em ascensão, com ouro no X Games Califórnia 2023, e superando Rayssa Leal duas vezes, nas etapas de Sydney e Tóquio do mundial da SLS 2023.
Sua grande inspiração é o maior campeão da SLS, Nyjah Huston, mas também enxerga a atleta brasileira como uma inspiração e referência. Apesar da grande pressão para ver as duas disputarem o ouro na olimpíada de Paris, o clima é de amizade e admiração mútua. “A Rayssa é definitivamente uma inspiração para mim. Ela é uma inspiração para qualquer garota nova e até garotas mais velhas que andam de skate. Ela é insana”, disse Covell em entrevista ao Estadão.
Uma competição saudável e emocionante
O famoso espírito olímpico é tradicional no mundo do skate, o que torna a modalidade um grande exemplo de respeito e fair play. É comum ver os atletas celebrando as manobras bem executadas dos seus adversários nas competições.
Vídeo de rayssa e chloe comemorando juntas:
(vídeo: reprodução/instagram)
Recentemente, Rayssa Leal apareceu em suas redes sociais para dar um recado a torcida brasileira, que viralizou na olimpíada de Tóquio, torcendo para que suas concorrentes errassem suas manobras. Em vídeo, a atleta disse: “vou falar pra vocês. Gente, torce pra gente acertar. O negócio aqui é diferente. É diferenciado dos iguais. Então, torce pra gente acertar, porque vai ser bem mais divertido”, pediu.
Outra favorita ao pódio é a japonesa Funa Nakayama, medalhista de bronze em Tóquio 2020. Pamela Rosa e Gabi Mazetto também representam o Brasil na modalidade.