Raquel Trindade inspirou a luta e ativismo cultural de Embu das Artes por décadas
Ela também era, como seu pai, folclorista e artista plástica, uma personalidade forte e multicultural.
É uma perda irreparável.
Por Marcio Amendola
Acabo de ser informado pelo Mário Escultor que Raquel Trindade de Souza, a Kambinda, faleceu, talvez nesta madrugada. Uma terrível e triste notícia para Embu das Artes e toda a comunidade artística, em especial os movimentos afro-brasileiros.
Raquel foi uma das maiores e melhores pessoas que conheci na vida. Fundou com seu pai, Solano Trindade, o TPB – Teatro Popular Brasileiro, no Rio de Janeiro. A família estabeleceu-se e adotou Embu no início dos anos 1960, e ela aqui permaneceu por mais de 50 anos. Após a morte de seu pai, Raquel criou o Teatro Popular Solano Trindade, e comandou a luta e ativismo cultural de Embu por décadas, levando o nome da cidade para o mundo inteiro.
Por seu trabalho, foi professora convidada na Unicamp e Universidades do Rio de Janeiro. Recebeu, em seu nome e de seu pai Comenda de Mérito Cultural da República, entregue pelo Presidente Lula.
Em 2004 publicou o livro “Conto, canto e encanto com a minha história… EMBU” (Editora Noovha América), obra reeditada em 2010, na qual relata toda a história das Artes de Embu e de seus personagens.
Ela também publicou diversos livros sobre seu pai, Solano Trindade, com poemas de uma das mais potentes vozes negras do País.
Raquel Trindade também era, como seu pai, folclorista e artista plástica, uma personalidade forte e multicultural.
É uma perda irreparável. Raquel Trindade tinha 81 anos. (Marcio Amendola – Jornal Fato Expresso)