Outro dia eu conversava com Ângela Mendes e ela contou que em um de seus momentos íntimos com a mata, escutou a voz de uma castanheira, que entre outras palavras, repetia uma só palavra: empate, empate, empate, empate.

Em muitas de suas andanças, Ângela tem professado que diferente dos tempos de Chico, os empates de hoje vêm sendo feitos através da comunicação, da arma poderosa do midiativismo de muitas mãos.

Ontem assistindo “O Território”, documentário incrível e premiado sobre o qual escreverei em outra publicação, lembrei-me das palavras de Ângela, que muito se assemelha as leituras que Bitate Uru Eu Wau traz no filme.

Em sobrevoo que fiz outro dia e já mostrei aqui, mais de 2 mil hectares estavam prontos para o golpe final da matança. Leras e mais leras (fileiras de madeiras desmatadas) prontas para a queimada. Mais de 2 mil hectares desmatados de uma só vez em apenas uma das áreas. Chocante. Triste. Desesperador.

 

View this post on Instagram

 

A post shared by Marielle Ramires (@marielleramires)

Há rumores de que um outro dia do fogo estava sendo planejado naquilo que pode vir a ser uma xepa de fins de um tempo. Se é fato, ainda não sabemos. Mas a devastação está avançada. Mais de 500 km queimam do Cerrado à Amazônia. Há um ecocídio em curso no Brasil sob os olhos de um Estado inerte e sequestrado. Que vê, mas está amordaçado.

Alguém há de pagar por esses crimes. A começar por Bolsonaro.

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Tainá de Paula

A sociedade não pode aceitar crimes de importunação sexual de futuros médicos

Moara Saboia

Cidades diferentes: Planejar, organizar e regulamentar para avançar

Rede Justiça Criminal

A guerra às drogas e o adoecimento das favelas

Bruno Ramos

O funk e a falta de empatia com as minas

Márcio Santilli

Outro ciclone abala o Sul do Brasil

Movimento Sem Terra

Os desafios da juventude que vive no campo, nas águas e nas florestas

Poderes Pretos

Uma ministra preta no terceiro mundo

Colunista NINJA

Sem mais festas da Selma

André Menezes

Estudo inédito revela medo de comerciantes e moradores de favelas

Dríade Aguiar

'Ângela': mulheres voadoras e homens que não estão à sua altura

André Menezes

Recife é palco da quarta edição de festival que busca promover o jornalismo de causas

Márcio Santilli

Regulamentação do mercado de carbono

Karla Martins

Amazônia narrada na primeira pessoa

Márcio Santilli

Abominável inelegível

Márcio Santilli

Obstáculos à demarcação das terras indígenas