Publicação alerta para o impacto das redes sociais e dos algoritmos nas eleições
Organização convidou dez pesquisadores para apontarem caminhos em defesa da democracia nas eleições de 2022. Material está disponível para download
Organização convidou dez pesquisadores para apontarem caminhos em defesa da democracia nas eleições de 2022. “Os desafios serão muitos”, avalia relatório
Por Mauro Utida
As eleições de 2022 estão sendo aguardadas com apreensão e devem ser marcadas pela nova forma de fazer política com o uso dos algoritmos e uma guerra de narrativas na mídia e redes sociais. Com o intuito de apontar caminhos em defesa da democracia, a Fundação Heinrich Böll convidou pesquisadores do campo dos direitos digitais e ciência política para refletir sobre a conjuntura das eleições com a perspectiva de que as redes e os algoritmos terão um papel fundamental na decisão dos resultados.
Em dez artigos, assinados por acadêmicos, jornalistas e políticos dos campos dos direitos digitais e da ciência política, a publicação “A democracia aceita os termos e condições? Eleições 2022 e a política com os algoritmos” foi lançada nesta segunda-feira (15) e analisa também os quase quatro anos de mandato de Jair Bolsonaro (PL), o fomento do discursos de ódio e os impactos causados na sociedade.
A coordenadora da Fundação, Manoela Vianna, avalia que os desafios durante o pleito eleitoral serão muitos. Ela alerta que muitos estudos sobre a algoritmização não fazem com que este pleito seja disputado com grandes vantagens de um aprendizado sobre a nova forma de se fazer política que está posta. “A publicação surge como uma provocação sobre o mais atual modelo de se fazer política, via redes e com a ação dos algoritmos em todo o processo”, declara a coordenadora da organização política alemã sem fins lucrativos, que promover diálogos pela democracia e busca a garantia dos direitos humanos.
Entre os autores, a ex-deputada federal Manuela D’Ávila e a Revista AzMina jogam luz a representatividade das mulheres na política demonstrando como a violência de gênero é um impulsionador para a ainda pouca presença feminina nesses espaços de decisão. Outros temas abordados estão a desinformação, a responsabilidade das plataformas digitais, a opacidade dos algoritmos, a moderação das redes, e a melhor performance do conteúdo conspiratório nos algoritmos das plataformas.