Na manhã desta segunda-feira, 1º de abril, jovens ativistas organizados pelo movimento Levante Popular da Juventude promoveram protestos em várias capitais do país, em frente às residências de políticos e personalidades ligadas à extrema-direita que estiveram envolvidos na tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023. Essa ação simultânea de denúncia ocorreu exatamente 60 anos após o Golpe Militar de 1964, que instaurou a ditadura no Brasil.

Sob o mote “AQUI MORA UM GOLPISTA: POR VERDADE, MEMÓRIA E JUSTIÇA”, os manifestantes exibiram cartazes com os rostos dos denunciados e reproduções manchadas da Constituição Federal, simbolizando a violação dos direitos democráticos. As ações ocorreram em diversos estados, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Roraima, Amapá, Mato Grosso e no Distrito Federal.

Júlia Aguiar, da Coordenação Nacional do Levante Popular da Juventude, destacou: “A democracia brasileira sofreu constantes ataques ao longo da história do nosso país. Muitas vezes, com influência dos poderosos de outros países. Foi assim com o Golpe Militar de 1964 e foi assim em janeiro de 2023”.

Foto: Levante Popular da Juventude

Os alvos dos protestos tiveram ligação direta com a elaboração da minuta ministerial que tentou permitir a intervenção federal, ou desempenharam papel ativo na mobilização e difusão da pauta golpista.

Daiane Araújo, também da Coordenação Nacional do Levante Popular da Juventude, ressaltou: “Estamos mais uma vez na porta de quem ataca a democracia, ataca nosso direito de ter voz, ataca os direitos humanos fundamentais. Não assistimos e nem assistiremos calados à tentativa de vender nosso país”.

Os manifestantes reafirmaram a pressão para investigar o caso e que não haja anistia para os envolvidos. As ações denunciaram diferentes personalidades e políticos da extrema direita envolvidos na tentativa de golpe.

O Levante Popular da Juventude é um movimento nacional que se propõe a articular jovens interessados em discutir questões sociais e colaborar para a organização popular. Surgiu em 2012 e tem como objetivo conscientizar a juventude sobre sua história e realidade para transformá-la.

A lista com alguns dos denunciados e o motivo que os relaciona à tentativa de golpe do 08 de janeiro de 2023:

Eduardo Bolsonaro – São Paulo/SP: Filho de Bolsonaro, divulgou os atos golpistas e as publicações do pai em suas redes. Eduardo é sócio de empresário financiador da tentativa de golpe em 8 de janeiro.

Marcelo Álvaro Antônio (PL) – Belo Horizonte/MG: Deslegitimação das urnas eletrônicas e do resultado das eleições, usou as redes para mobilizar os atos golpistas e protegeu, na Câmara, os golpistas que foram às ruas no 08 de janeiro.

Pedro Lupion (PP) – Curitiba/PR: Líder da bancada ruralista no congresso, defendeu os atos golpistas do 8 de janeiro.

Anderson Torres (PL) – Brasília/DF: Ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro foi responsável pela redação da minuta do Golpe. Então secretário de Justiça do GDF, foi conivente com os atos terroristas e omisso com a proteção das Praça dos Três Poderes no dia 08 de janeiro de 2023.

André Fernandes (PL) – Fortaleza/CE: Ajudou na mobilização para os atos golpistas via redes sociais, além de divulgar vídeos das ações de vandalismo ridicularizando o STF.

Clarissa Tércio (PP) – Recife/PE: Incitou, divulgou e defendeu em suas redes sociais os atos golpistas.

Nicoletti (União) – Boa Vista/RR: Defendeu os atos golpistas e culpou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, pelos atos violentos.

Silvia Waiãpi (PL) – Macapá/AP: Defendeu os atos golpistas, divulgou em suas redes e culpou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, pelos atos violentos.

Antônio Galvan – Cuiabá/MT: Milionário, amigo de Bolsonaro, presidente da Aprosoja e financiador da tentativa de golpe de 8 de janeiro. Galvan é coordenador do Movimento Verde e Amarelo (MVMA), principal protagonista das mobilizações que levaram aos atos golpistas, atuante na promoção de eventos que defendem, abertamente, a intervenção militar.