No último sábado (1º de junho), o Teatro Zulmira Canavarros foi palco da terceira edição do Prêmio Jejé de Oyá – Exaltando Nossas Cores, uma noite de gala que homenageou personalidades negras que se destacam em diversas áreas de atuação. O evento contou com a presença de uma plateia vibrante, celebrando a luta, resistência, criatividade e empreendedorismo dos homenageados.

O quinteto composto por Leny Nobre, Anselmo Parabá, Jasmyne, Sophie e Day abriu a noite com uma performance vibrante da música “Tudo que Nois Tem é Nois”, de Emicida. Entre as entregas das premiações, Leny Nobre voltou ao palco com uma canção autoral potente, enquanto Jasmyne, também entre as homenagens, interpretou “Em Busca da Minha Sorte”, conhecida na voz de Thiaguinho. Para fechar com chave de ouro as apresentações musicais, subiu ao palco o Coro Experimental de MT, sob a regência do vencedor da categoria ‘Performance Artística’, Jefferson Neves.

Além do brilho dos premiados nas dez categorias, seja pela escolha do júri técnico, seja pelo voto popular, a noite também contou com a forte presença de palco dos cerimonialistas Elias Neto e Taís Paula, bem como convidados especiais para anunciar os vencedores, como Vera Capilé e Waldir Bertúlio.

Os homenageados também marcaram presença no palco, dando ao público palavras de afeto e motivação. Os homenageados foram: Adenir Cardoso (Presidente do Tribunal Regional do Trabalho de MT- TRT/MT), Dona Matilde da Silva (Presidente do Grupo Folclórico Flor do Campo), Jan Moura (Gestor Cultural – mestre e doutor em Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT), João Bosco Cajueiro (servidor técnico administrativo da UFMT desde 1974), Lindisey Catarina de Sá (produtora cultural – Lavagem da Escadaria do Rosário) e Nilson André Farias (Delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP).

O delegado Nilson Farias disse que o evento superou suas expectativas. “É uma honra receber esse prêmio. A existência de premiações como esta dá a oportunidade para pessoas pretas de diversas áreas de atuação serem reconhecidas. O evento foi magnífico e superou minhas expectativas pela organização e qualidade”.

A premiação foi organizada pela Bemtivi Academia de Arte e pela Assembleia Social/ALMT, foi patrocinada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel/MT), pelo Sicredi Ouro Verde e pela Bom Futuro e teve apoio do Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, do Instituto Memória/ALMT, da Comissão de Defesa da Igualdade Racial da OAB/MT, do Goiabeiras Shopping e da Flor de Coco Doces Artesanais.

Conheça os vencedores

Os vencedores do Prêmio Jejé de Oyá 2024, que representam uma ampla gama de áreas de atuação, foram anunciados durante a cerimônia. Os premiados das categorias de júri técnico e popular são:

CategoriaVencedor(a) júri técnicoVencedor(a) voto popular
Alimentação e GastronomiaIrene de Oliveira Lima de SouzaIrene de Oliveira Lima de Souza
Artes VisuaisCarlos PinaEdson Ferreira Origin
Comunicação e JornalismoDríade AguiarDríade Aguiar
Destaque AfrocientíficoMory LoboMory Márcia de Oliveira Lobo
Escrita ArtísticaPaty WolfSilvane Ramos Lopes da Silva
Estética da Identidade NegraDiela TrançasMizizi (Iveir Florescer)
Impacto SocialDona Maria do FutebolDona Maria do Futebol
Mídias SociaisAndré D’LuccaAndré D’Luca
Performance ArtísticaJefferson NevesRonaldo José
Performance FísicaPedro PioMelissa Prudêncio Arruda

A escritora Paty Wolf, vencedora da categoria Escrita Artística pelo voto do júri técnico, ressalta a importância que o prêmio tem para dar visibilidade aos artistas negros do município.

“Pra mim, fazer parte desse momento é de uma importância enorme, pois o Prêmio Jejé de Oyá vem para abraçar o povo negro de Cuiabá e do Estado. Estou muito feliz pelo reconhecimento do meu trabalho, pois me motiva a continuar com o meu trabalho, potencializando as histórias negras através da minha escrita. Parabenizo o Jeferson e toda sua equipe pela realização da cerimônia”, disse.

Iva Almeida, que recebeu o prêmio na categoria Estética Negra pelo júri popular, representando o salão Mizizi Beleza Afro, agradece o prêmio e ressalta o quão imprescindível é para a comunidade negra LGBTQIAPN+ estar presente nestes espaços.

“O Prêmio Jejé de Oyá valoriza e reconhece a identidade negra no nosso Estado. É uma premiação muito necessária principalmente para nós, pessoas pretas LGBTQIAPN+, que têm pouca visibilidade. A premiação para Mizizi, que é um projeto que engloba várias pessoas negras, periféricas, vulneráveis e da comunidade LGBTQIAPN+ , é de extrema importância para mostrar ao povo que o preto é poder, potência e estamos chegando para ajudar a transformar a sociedade”, disse.

Raul Guilherme, professor e designer gráfico, recebeu o prêmio de Dríade Aguiar. Foto: Jhony Tavares

Festa pós cerimônia

Após a cerimônia, a celebração continuou no estacionamento do Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, com apresentações de artistas locais, incluindo Kareca, Xinn Beats, Semites Marques e Raízes do Samba, além de uma deliciosa feira gastronômica.

Homenagem a Jejé de Oyá

O prêmio homenageia a memória de José Jacintho Siqueira de Arruda, conhecido como Jejé de Oyá, uma figura icônica em Cuiabá entre as décadas de 1950 e 1980. Jejé, colunista social, alfaiate e carnavalesco, é lembrado por sua irreverência e estilo inconfundível. Em 2017, foi reconhecido pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso como patrono do colunismo social do Estado.

Para mais informações sobre o evento e futuras edições, siga @bemtiviacademiadearte no Instagram.