No dia 28 de maio é celebrado o Dia Internacional da Dignidade Menstrual, data que relembra que mesmo a menstruação sendo um fenômeno natural de todo o corpo que menstrua, ainda existem milhões de pessoas que sofrem a chamada pobreza menstrual, termo usado para falar sobre a falta de conhecimento, insumos ou infraestrutura necessários para vivenciar a menstruação de forma adequada.

Atenta a essa temática, o Instituto Rebbú, referência na pauta de gênero no Amazonas, realizará uma ação dentro do projeto “Não à pobreza menstrual”, em prol das pessoas que menstruam, nos dias 24, 25 e 27 de maio na comunidade Nova Floresta, zona leste de Manaus.

Esse projeto possui uma metodologia em que as pessoas capacitadas aprendam a confeccionar os absorventes ecológicos e se tornem agente de mudança na sua comunidade contra a pobreza menstrual e aliadas às causas ambientais.

A ação beneficiará cerca de 30 pessoas, que receberão 60 absorventes ecológicos, que duram aproximadamente 3 anos, possibilitando menos lixo na cidade e mais dignidade para essas pessoas.

Capacitação de costura

Dentro dessa programação, serão capacitadas 15 costureiras com a oficina de absorventes ecológicos que produzirão absorventes que serão distribuídos para as mulheres e meninas da própria comunidade onde será realizada a oficina.

Foto: Emile Gomes

Além de ser uma oficina para as costureiras produzirem seus próprios absorventes e para as pessoas da comunidade, essa é uma oportunidade para gerar renda na comunidade. “Essa oficina vai proporcionar que as nossas costureiras possam gerar renda futuramente através da fabricação e venda do absorvente, pois para todas na comunidade é uma novidade e é uma opção muito rentável para venda”, pontou Wilma Ribeiro, líder comunitário do Nova Floresta.

Além disso, este ano, o Instituto está trabalhando o tema “Dignidade Menstrual Para Todos os Corpos” que visa falar sobre corpo e autoestima durante o período da menstruação, e, por isso, além das pessoas receberem os absorventes ecológicos, elas irão participar de uma roda de conversa sobre essa temática com o foco em proporcionar um ambiente de escuta e acolhimento entre as participantes.

Para a presidente do Instituto Rebbú, Juliana Gonçalves, o tema deste ano surge a partir de uma reflexão onde as mulheres desde cedo sofrem pressões sociais com a estética, em busca do corpo perfeito e de uma beleza padrão e de forma constante, o que significa ser magra e jovem para sempre. “A questão é que isso não existe, nós mulheres somos cíclicas, hormonais e diferentes, a única coisa que temos certeza é que vamos sempre mudar e precisamos estar abertas a esta mudança e aceitarmos do jeito que somos”, destacou.