Projeto de Lei quer garantir que empresas não saiam impunes em casos de trabalho escravo
Projeto de Lei pode ampliar responsabilização para empresa contratante de prestadora
Atualmente, legislação obriga responsabilidade apenas de prestadora de serviços. Projeto de Lei pode ampliar responsabilização para empresa contratante de prestadora
A deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP) apresentou um projeto de lei na Câmara que coloca a empresa contratante como solidariamente responsável pelas obrigações trabalhistas e previdenciárias referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços. Isso pra garantir que as vinícolas contratantes das terceirizadas não saiam impunes.
De acordo com a legislação atual, sem as alterações aqui propostas, a única empresa que pode ser diretamente responsabilizada pela conduta criminosa narrada é aquela prestadora de serviços, isentando-se a empresa tomadora dos serviços destinatária do trabalho final das vítimas.
“Tal situação serve de exemplo sobre como a terceirização do mundo do trabalho serve muitas vezes para a impunidade de grandes empresas quando da contratação de outras para a produção de seu produto final ou prestação de seus serviços, citando-se casos concretos como a falta de pagamento de salários e outros encargos trabalhistas e previdenciários”, defende a deputada na justificativa do PL.
Trabalhadores em escravidão resgatados
Em operação deflagrada na noite de quarta-feira (22), foram resgatados cerca de 200 trabalhadores que estavam atuando na colheita da uva, no carregamento da fruta em vinícolas e junto a aviários, em Bento Gonçalves, em condições análogas à escravidão. Na quinta-feira (23), outras 24 pessoas foram resgatadas na mesma situação.
A ação foi desencadeada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e por agentes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resgate já se transformou no maior deste tipo na história do Estado. O anterior havia sido registrado em Bom Jesus, quando 80 trabalhadores foram resgatados em abril do ano passado.