Preso injustamente por sequestro, professor dava aula na hora do crime, diz escola
O homem foi identificado pela vítima através de uma foto, mas, na hora do crime, estava há mais de 200 km do local
Um professor de educação física foi detido na terça-feira (16) sob a acusação de participação em um sequestro seguido de roubo em Iguape, no Vale do Ribeira (SP). A vítima do crime, uma mulher de 73 anos, teve R$ 11 mil roubados e reconheceu o professor, que é negro, por uma foto.
No entanto, a escola onde ele trabalha confirmou que no momento do crime, ele estava dando aula na capital paulista, a 200 quilômetros de distância. O sequestro ocorreu por volta das 9h do dia 31 de outubro de 2023, conforme registrado em boletim de ocorrência.
A defesa do professor Clayton Ferreira dos Santos, de 40 anos, apresentou uma declaração de horário de trabalho. O documento comprova que ele leciona na unidade de segunda a sexta-feira, entre as 7h e as 16h20. A escola estadual onde Ferreira trabalha emitiu o documento confirmando que ele estava presente na escola na hora do crime, com assinaturas do diretor da unidade e do próprio professor.
Segundo Claudia Gomes, esposa de Clayton, ele foi preso após atender um pedido da polícia para comparecer ao 26º Distrito Policial (DP), Sacomã, na Zona Sul.
Claudia conta que seu marido recebeu uma carta na portaria do prédio onde moram na capital para ir à delegacia conversar sobre as informações que ele havia dado num boletim de ocorrência eletrônico que fez do furto de seu celular. Clayton não conseguiu reaver o aparelho furtado dele.
Agora, a defesa do professor entrou com um habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), pedindo que a prisão temporária de Clayton fosse revogada, já que era impossível que ele tivesse cometido os crimes, pois estava trabalhando.